CPI da Covid-19 ouve médica Luana Araújo que fez parte do Ministério da Saúde por 10 dias

Os senadores querem saber a versão da infectologista sobre a breve passagem antes de reconvocar o ministro Marcelo Queiroga

Escrito por Redação ,

A médica Luana Araújo presta depoimento na CPI da Covid-19 do Senado Federal nesta quarta-feira (2). A infectologista chegou a ser anunciada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para o cargo de secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, no início de maio, mas a nomeação foi cancelada dez dias depois.  

O intuito da comissão nesta sessão, que começa às 9h30, é ouvir a profissional antes da reconvocação de Queiroga, para investigar qual é a versão da médica sobre os motivos da mudança.  

Acompanhe o depoimento em tempo real  

Luana Araújo
Legenda: Infectologista ocupou o cargo por dez dias em maio deste ano
Foto: divulgação/Ministério da Saúde


Os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Humberto Costa (PT-PE) apresentaram requerimentos para convocar Luana Araújo logo após o anúncio do cancelamento da nomeação.  

"Isso aconteceu muito recentemente e ainda há dúvidas sobre o que fez o governo, o Ministério da Saúde, ao não nomear efetivamente essa pessoa. Há rumores de que seria pelo fato de que ela questiona vários pontos da condução política que o governo tem dado ao enfrentamento da pandemia", justificou Humberto.  

Ao ser indicada para o cargo, em 12 de maio, a infectologista disse que iria "coordenar a resposta nacional à Covid-19, em diálogo permanente com todos os atores". Dez dias depois, em nota, o Ministério da Saúde afirmou que a pasta buscava "outro nome com perfil profissional semelhante: técnico e baseado em evidências científicas".  

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Especialistas debatem eficácia  

Inicialmente, a audiência desta quarta-feira estava prevista para ouvir médicos e pesquisadores contra e a favor ao uso de medicamentos como cloroquina no tratamento precoce da Covid-19.   

Na sessão da CPI desta terça-feira (1º), o senador Marcos Rogério (DEM-RO) apresentou questão de ordem contra a mudança, alegando ser "intempestiva" e "desrespeitosa" com os depoentes anteriormente previstos. O presidente Omar Aziz (PSD-AM) pediu desculpas pelo transtorno, mas alegou que a CPI é "dinâmica" e manteve o depoimento de Luana Araújo.  

Os senadores Luís Carlos Heinze (PP-RS) e Eduardo Girão (Podemos-CE) pediram que os depoimentos cancelados sejam remarcados.   

Para falar contra haviam sido convidados os médicos Clovis Arns da Cunha e Zeliete Zambom. Para defender o tratamento, a comissão ouviria os médicos Francisco Eduardo Cardoso Alves e Paulo Márcio Porto de Melo.  

Acareação  

A oncologista e imunologista Nise Yamaguchi ao prestar depoimento como convidada à CPI da Covid-19, nesta terça-feira, negou que tenha tentado alterar a bula da cloroquina ou tenha participado de reunião com esse objetivo.  

 O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta relatou à Comissão que participou de uma reunião no Palácio do Planalto, em abril do ano passado, e viu um papel não timbrado que seria a minuta de um decreto presidencial para alterar a bula de modo a indicar o medicamento contra a Covid-19.

Dias depois, o diretor da Anvisa, Antonio Barra Torres, confirmou a informação e revelou que Nise Yamaguchi parecia estar “mobilizada com essa possibilidade”.  

Insatisfeito com o desencontro de informações, o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), avisou que será necessário fazer uma acareação com Mandetta ou com Barra Torres. 

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