CPI da Covid-19 ouve diretor do Instituto Butantan Dimas Covas

Entre outros assuntos, ele deve ser questionado sobre as dificuldades que a instituição vem enfrentando para produção da CoranaVac

Escrito por Redação ,

O diretor do Instituto Butantan Dimas Covas depõe, nesta quinta-feira (27), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura possíveis omissões do Governo Federal no enfrentamento da pandemia da Covid-19. A instituição foi o primeiro centro a fornecer vacina contra o novo coronavírus à população brasileira. A sessão começa às 9h.

Entre outras questões, Dimas Covas deve ser questionado pelos parlamentares sobre as dificuldades que o Butantan vem enfrentando para produção do imunizante. O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse ser necessário ter esclarecimentos sobre os motivos do atraso da entrega de insumos provenientes da China. 

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“É necessária a oitiva do senhor Dimas Tadeu Covas para esclarecer todos os detalhes da atuação do Instituto Butantan desde o início da pandemia, especialmente com relação à produção de vacinas”, defende o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), autor do requerimento de convocação.

O imunizante CoronaVac é resultado da parceria entre o instituto com a fabricante chinesa de medicamentos Sinovac Biotech. A vacina começou a ser aplicada nos brasileiros em 17 de janeiro deste ano.  

Dimas Covas diretor do Instituto Butantan
Legenda: Covas está à frente do Instituto Butantan desde 2017
Foto: divulgação

Durante o primeiro dia de depoimento do Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, no dia 19 de maio, ele foi diversas vezes questionado sobre falas do presidente Jair Bolsonaro contrárias à compra do fármaco produzido pelo Butantan. 

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No entanto, o militar negou que o chefe do Executivo tenha o pressionado contra a aquisição do imunizante. A afirmação de Pazuello foi contestada pelos parlamentares, como o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), que disse que após crítica de Bolsonaro ao imunizante, o Ministério da Saúde cancelou a intenção de compra que havia anunciado. 

O senador Humberto Costa (PT-PE) apresentou uma gravação com o presidente Bolsonaro dizendo que havia dado ordens para que não houvesse compra da CoronaVac. 

Parceria com Sinovac 

Professor titular de Medicina Clínica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, Dimas Covas está à frente do Instituto Butantan desde 2017.  

Em junho de 2020, foi o responsável pelo acordo de colaboração firmado com a farmacêutica chinesa para o desenvolvimento clínico do imunizante contra a Covid-19.  

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a aplicação da CoronaVac no Brasil com base em resultados dos testes e estudos clínicos que começaram em julho de 2020 em seis estados e no Distrito Federal. 

Conforme o Instituto Butantan, os resultados do estudo da fase 3 mostraram que nos casos graves e moderados a eficácia da CoronaVac é de 100%. Para os casos leves, 78% e, nos muito leves, 50,38%.  

Até meados de maio, cerca de 70% das doses contra a covid-19 aplicadas no Brasil eram da vacina CoronaVac. Recentemente, o Instituto Butantan paralisou o envase do imunizante no país por falta de matéria-prima importada da China: o ingrediente farmacêutico ativo (IFA). 

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Com interrupções na produção da vacina e orientação do Ministério da Saúde para que os municípios utilizassem as doses guardadas para a segunda aplicação, como primeira dose, em muitas cidades enfrentam hoje atraso para a finalização vacinal com a segunda aplicação do imunizante. 

Na CPI, senadores apontam que crises diplomáticas com a China, provocadas por declarações presidenciais, estão prejudicando o envio do IFA e atrasando a produção da vacina no país. 

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