Fagner celebra 50 anos de carreira com show, relembra momentos marcantes e comenta fama de briguento
O cearense revisita sua extensa obra para apresentação em Fortaleza e admite que, apesar de fazer menos shows, é no palco onde gosta de estar
Um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira, Raimundo Fagner comemora presente, passado e futuro no palco. O menino que nasceu em Fortaleza, mas cresceu em Orós, sabe da grandiosidade de seu legado e aproveita para cantá-lo em mais um show comemorativo de 50 anos, na capital cearense. Às vésperas de se entregar a um público que faz questão sempre de esgotar rapidamente os ingressos de suas apresentações, o cantor, compositor, produtor e craque do futebol- como gosta de ressaltar- mergulhou em sua história no episódio desta quinta-feira (9) do Que Nem Tu.
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Fagner lembrou do início da carreira, quando abandonou a faculdade de arquitetura para se dedicar à música e passou por dificuldades financeiras no Rio de Janeiro. Falou sobre a conturbada relação com um de seus grandes parceiros musicais, Belchior, e também como acabou conhecendo Tim Maia, que considera seu grande mestre, e Elis Regina.
"Todo mundo pode saber da dificuldade que eu tive com o Belchior, fora das quatro linhas da música. Ele foi pra mim dos maiores gênios. Mas a gente era muito irmão, e pessoalmente não foi esse sucesso. Mas foi até melhor , se a gente fosse amigo demais, não tivesse feito merda nenhuma, né?", comenta sobre o parceiro que divide os sucessos "Mucuripe" e "Noves Fora".
Daquele início, o cearense também lembra de Tim chegando com seu carro e pedindo ao jovem artista que colocasse suas compras no carro. A relação foi se agigantando e Fagner até comenta que sua fama de briguento vem, entre outras coisas, das orientações de Tim Maia. "O meu padrinho foi o Tim Maia, meu conselheiro era o Tim Maia. [Ele me disse] a gente chega na porta do André Bidani, chuta logo aquela porra daquela porta. Eu chutei a porta do André Bidani. É o conselho do Tim", brinca.
No entanto, Fagner reconhece que há mais para essa mistura explosiva. Ele justifica que sua geração ficou rotulada como uma "geração de briga". Mas no sentido ideológico de lutar pelo que acredita. Soma-se a isso ao fato de se entregar muito emocionalmente ao que faz e também por ser "temperamental", como ele mesmo considera.
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Falar o que quer custou a ele um preço na carreira. Seu posicionamento político sempre declarado chegou a lhe prejudicar, analisa. Mas se perguntado se faria diferente, ele é categórico "Não". Tanto que ate brinca com a recente declaração de Gusttavo Lima sobre ser candidato a presidência. "Eu acho que isso deve ser fake dele mesmo. Eu sei que o Gustavo pensa muito alto. Ele tem uma viagem diferente. Eu não acho uma boa pra ele não". Fagner confirma que já recebeu muitos convites para se candidatar. De prefeito de Orós a governador do Ceará. Nenhuma vez o convite lhe brilhou os olhos.
O artista relembrou ainda o momento em que seu pai, o libanês José Fares, o viu em um show no teatro São Luiz e quando ele se emocionou com o que o filho tinha conquistado durante uma solenidade. "Tava toda nata cearense, que ele chegou e nego viu que ele era meu pai... Foi a maior emoção que eu vi desse cara. Ele ficou vermelho. Foi muito incrível esse dia. Ele ficou super orgulhoso".
Apaixonado por futebol, ele fez questão de falar que é um craque em campo. Relembrou que chegou a treinar com a Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo e também relatou seu amor pelo Fortaleza Sport Clube. Fagner chegou a contar que até o técnico Juan Pablo Vojvoda chegou a pedir um video seu para um parente na Argentina.
Show "Fagner 50 anos"
- Quando: 11 de janeiro, às 19 horas
- Onde: Iguatemi Hall (av. Sebastião de Abreu, 422 - Edson Queiroz)
- Quanto: a partir de R$ 100 (pista); ingressos no site Bilheteria Virtual e na bilheteria física do Iguatemi Hall