O 'berro' do bloco de Carnaval de Fortaleza que une música, teatro, circo e memória da cidade

O Iracema Bode Beat surgiu em 2017 com a proposta de enaltecer a história e a cultura local, resgatando a memória afetiva da cidade e o carnaval de rua

Escrito por
Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 07:15)

O bloco surgiu do desejo e da saudade de viver e ver um carnaval como eles sonhavam. Músicos, cantores, produtores, atores, performers sonhando e imaginando uma festa na rua, com fantasia e resgate da memória imaterial de Fortaleza. Foi assim - e regada à cerveja - que o Iracema Bode Beat nasceu na imaginação em 2016 de seus criadores. Em 2017 já foi pra rua e encantou um público que via a magia da arte em suas mais diversas linguagens encontrar a alegria do Carnaval pelas ruas da Praia de Iracema.

Desde então, o bloco se esforça para todo ano fazer seu cortejo no Pré-Carnaval e Carnaval. A cantora e produtora do Iracema Bode Beat, Nayra Costa, e o produtor Marinho Junior, contaram a história e os bastidores de quem coloca um bloco na rua. A peleja em busca de recursos compensa, segundo eles, quando o público enche as ruas cantando e dançando as canções de vida. A dupla foi entrevistada do episódio desta quinta-feira (27) do Que Nem Tu.

 

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Completando 7 anos de existência, o Bode Beat segue resistindo. Mantém três núcleos: os personagens, a Big Band e a orquestra em cortejo. Nem sempre, conta Marinho, é possível colocar todo mundo em formato full. São mais de 50 integrantes do bloco a cada apresentação completa. Por isso, o bloco oferece formatos diferentes para garantir a sobrevivência. Muitas vezes a banda de palco- liderada por Nayra e Daniel Groove- é convidada para mais apresentações. Mas, a dupla garante: ter o cortejo e os personagens todos contando uma narrativa fantástica e tão nossa é o grande diferencial do bloco.

Legenda: O cortejo do Iracema Bode Beat com seus personagens
Foto: Divulgação

"Uma das coisas mais perfeitas que a gente acha da gente é a questão de ter os nossos personagens. Nossos personagens são o Bode Ioiô, a Iracema, a Gata do Brilho, a Gata do Fogo, que, é como se simbolizassem o Ceará Terra da Luz e o fogo quente que isso aqui tem. Nós temos também o nosso poeta Mário Gomes", reforça Nayra.

Marinho completa como a história pode surpreender e o resgate da memória se faz urgente. "Jamais imaginei na minha vida que eu fosse chegar em um momento a fazer um bloco homenageando o Mário Gomes. Eu, quando criança, nasci no Bom Sucesso, que é um bairro aqui de Fortaleza, e  atrás da rua que eu nasci, morava o poeta Mário Gomes. E eu, quando criança, via um bêbado passando pela rua, que eu não sabia quem era e, na adolescência, eu disse: 'esse cara é um poeta'. O cara tem uns poemas incríveis. Mas que fica meio que um pouco esquecível na história da cidade, a cidade vai crescendo, vai evoluindo, vão chegando novos artistas, novos poetas e a gente acaba esquecendo um pouco o que existia ali".

No domingo de Carnaval o Iracema Bode Beat volta a berrar pelas ruas de Fortaleza. No Mercado dos Pinhões, às 18h, haverá o cortejo da Iracema Big Band com todos os personagens queridos. Depois, o show da banda Bode Beat com uma mistura pra lá de animada. Nayra prometeu muito axé das antigas, mas vai fazer uma homenagem para sua diva Beyoncé.

Legenda: Nayra Costa e Daniel Groove integram tanto a banda de palco como efetivamente o bloco Iracema Bode Beat
Foto: Marinho Júnior

Quer saber mais sobre o bloco, como se chega ao repertório, momentos marcantes e as promessas para o ano de 2025?  a entrevista completa você vê aqui.