MPCE pede cancelamento de seleção pública da Prefeitura de Quixeramobim
O órgão alega que a seleção pública deve manter-se cancelada enquanto não forem nomeados todos os aprovados no concurso público de 2019
O Ministério Público recomendou nessa quarta-feira (24) que a Prefeitura de Quixeramobim cancele a seleção pública lançada nesta semana destinada aos níveis superior e médio para cargos na gestão municipal.
A recomendação, expedida pela promotora de Justiça Raqueli Castelo Branco Costenaro, indica ainda que a administração municipal deve comprovar dotação orçamentária para novas contratações, uma vez que já existe um concurso público em andamento, para provimento de vagas em cargos semelhantes aos da seleção pública.
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Nesse sentido, o órgão recomenda que todos os atos administrativos referentes ao edital da seleção pública sejam revogados e não mais assinados.
De acordo com a instituição, a revogação e a comprovação de custos das contratações pretendidas devem ser efetivadas no prazo de 24 horas.
Furo no teto de gastos
Segundo o documento, a cidade justifica que não convoca os aprovados no concurso público porque os custos extrapolariam o teto de gastos estipulado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Também no prazo de 24 horas, a Prefeitura de Quixeramobim deve apresentar declaração do ordenador de despesas de que há adequação orçamentária para as contratações pretendidas.
'Semelhanças evidentes'
Conforme o Ministério Público, a seleção pública deve manter-se cancelada enquanto não forem nomeados todos os aprovados no concurso público de 2019, para atribuições iguais ou semelhantes às da seleção pública. O órgão alega que "as semelhanças entre os cargos são evidentes".
Em 17 de setembro, a Justiça determinou que o município fizesse a nomeação, a convocação e a entrada de exercício dos aprovados. O concurso público foi realizado em decorrência de uma Ação Civil Pública da instituição, através da 1ª Promotoria de Justiça de Quixeramobim.
Anulação de convocações
Também de acordo com o Ministério Público, a atual gestão municipal buscava anular as convocações oriundas do certame, realizado pela administração anterior.
A realização do concurso público também é fruto de uma Ação Civil Pública ajuizada pelo órgão, que culminou com a sentença transitada em julgado, obrigando o município a fazer o certame, com a finalidade de prover vagas então ocupadas por servidores temporários. A sentença também considera as despesas e receitas do município, juntadas aos autos.
Nesse sentido, o juízo admite possibilidade orçamentária para conciliar as necessidades inadiáveis e o concurso público.
O Diário do Nordeste entrou em contato com a Prefeitura de Quixeramobim, para saber a versão da gestão municipal sobre o caso, e aguarda resposta. Esta matéria será atualizada quando a instituição enviar um posicionamento oficial.