Precisamos conversar sobre o câncer de cabeça e pescoço

O Dia de Conscientização sobre o Câncer de Cabeça e Pescoço, celebrado anualmente no dia 27 de julho, serve como um importante lembrete para a sociedade sobre a necessidade de prestar atenção a uma doença que, apesar de silenciosa, apresenta altos índices de mortalidade. Em 2023, a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) era de 39.550 novos casos. Incluindo o câncer de pele melanoma, que pode atingir a região citada, o número sobe para 48.530.

Os cânceres de cabeça e pescoço incluem tumores que surgem na boca, garganta, laringe, nariz, seios paranasais e nas glândulas salivares. São patologias muitas vezes negligenciadas. Rouquidão persistente, dificuldade para engolir, feridas na boca que não cicatrizam e caroços no pescoço são sinais de alerta que, frequentemente, são ignorados ou confundidos com outras condições menos graves.

A prevenção é o primeiro passo no combate ao câncer. Evitar fatores de risco como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool é fundamental. Além disso, a infecção pelo vírus HPV tem sido associada ao aumento de casos de cânceres de orofaringe, o que ressalta a importância da vacinação contra o HPV. A adoção de um estilo de vida saudável, incluindo uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios físicos, também desempenha um papel importante na prevenção da doença.

Muitos pacientes chegam ao consultório com a doença em estágio avançado, o que dificulta o tratamento e reduz as chances de cura. Portanto, campanhas de conscientização e educação são essenciais para que a população esteja informada e alerta. A Santa Casa de Fortaleza, por meio de seus canais informativos, cumpre um papel fundamental na disseminação de informações sobre a importância da detecção precoce e da prevenção.

Não somente agora, mas de forma contínua, convido todos a refletirem sobre a relevância de estarmos atentos aos sinais do nosso corpo e a incentivarem amigos e familiares a adotarem hábitos de vida saudáveis. Juntos, podemos fazer a diferença na luta contra essa doença e proporcionar uma qualidade de vida melhor para todos.

Glebert Monteiro é cirurgião de cabeça e pescoço da Santa Casa de Fortaleza