Paternidade ativa
Basta uma breve pesquisa para perceber que o tema é tão necessário e importante ainda nos dias atuais
Um termo que me parece redundante, à primeira vista, e de acordo com as regras da nossa gramática. Paternidade ativa… então existe paternidade passiva? O pior é que a resposta é sim.
Basta uma breve pesquisa para perceber que o tema é tão necessário e importante ainda nos dias atuais. Embora a mulher tenha assumido papel importante na provisão dos lares, ainda recai sobre ela a maior parte das tarefas, ou melhor, das cobranças sobre a criação dos filhos e até mesmo do lar.
Quem nunca ouviu expressões do tipo: essa criança não tem mãe? Cadê a mãe desse menino? Sem perceber e sem intenção, acabamos estimulando a concentração do zelo, do afeto, da educação e do cuidado no feminino, soma-se a isso, a realidade social que ainda cobra dos homens apenas o papel de provedor material.
O termo pode ser injusto com os pais presentes, que fazem o que for preciso para atender as necessidades dos filhos, sejam elas materiais, afetivas e emocionais. Mas o fato é que no coletivo, ainda são muitas mães e filhos abandonados pelos pais. Há quem defenda que a expressão é fruto de uma realidade que ainda tem o abandono paterno muito recorrente. Para se ter uma ideia, em 2024, o Brasil registrou mais de noventa e uma mil crianças sem o nome do pai. São cerca de 460 registros por dia, só com o nome da mãe. Segundo dados do Baresi, o fórum nacional para associações de pessoas com doenças raras, 78% dos pais abandonam as mães após o diagnóstico dos filhos, antes mesmo de completarem cinco anos de idade.
A paternidade é independente de como se tornou pai. Independente do estado civil, ou da duração da relação que resultou na vinda da criança. Já a paternidade ativa diz respeito ao dia a dia, às ações de cuidado integral dos filhos. Esse assunto é tão importante para a vida toda das crianças que há diversas ações do poder público para estimular a participação ativa dos pais. Além da lei do acompanhante, ampliação da licença paternidade, em vários hospitais com assistência do SUS, Sistema Único de Saúde, as equipes trabalham para a valorização do papel do pai, como fator para fortalecer vínculos.