IA e Studio Ghibli: Ética e Direitos Autorais na Era Digital
O uso do estilo Ghibli gerou debates sobre o uso de estilos artísticos por IA

A Inteligência Artificial (IA) evolui rapidamente, com novas ferramentas e aplicações. Esse avanço tem sido um dos principais focos de discussão, impactando a forma como trabalhamos, aprendemos e nos divertimos, desafiando os limites do possível e transformando setores, incluindo a criação artística.
Em março de 2025, a OpenAI, criadora do ChatGPT, lançou o modelo GPT-4o de geração de imagens. Com ele, os usuários podem recriar imagens a partir de fotos reais, utilizando estilos como Surrealismo, Pixel Art, Desenhos animados populares e o Studio Ghibli. Após o lançamento, diversas empresas de IA seguiram essa tendência, que rapidamente se espalhou pelas redes sociais.
O estilo Studio Ghibli foi o mais popular nas últimas semanas. Fundado em 1985 por Hayao Miyazaki e Isao Takahata, o estúdio é um dos mais importantes do mundo. Miyazaki, vencedor do Oscar de Melhor Animação em 2003 com "A Viagem de Chihiro", sempre se posicionou contra o uso indiscriminado de IA. Em 2016, ele expressou sua indignação, dizendo que animações geradas por IA eram “um insulto à própria vida, a humanidade está perdendo a fé em si mesma”.
O uso do estilo Ghibli gerou debates sobre o uso de estilos artísticos por IA. Surgiram questões sobre direitos autorais e ética, especialmente porque o estúdio é conhecido por proteger suas criações. Em uma postagem de 31/03/2025, o jornal Le Monde questionou: “A IA aprendeu utilizando imagens e vídeos dos filmes do estúdio, violando a lei de direitos autorais”. O jornal ainda destacou: “É uma tendência de desvalorização do trabalho artístico sob o pretexto de democratização da arte”.
A IA utiliza o Aprendizado Supervisionado, onde aprende e extrai padrões de dados existentes para gerar novas criações. Isso levanta questões importantes: até onde a IA pode usar estilos e conhecimentos artísticos? Como garantir a preservação dos direitos autorais e da ética neste novo cenário? A sociedade moderna precisa debater como equilibrar o avanço tecnológico com a proteção dos direitos humanos e da ética.