As primeiras movimentações

A próxima eleição para prefeito e vereadores começa a provocar os primeiros movimentos intensos, a nível partidário, com algumas lideranças tarimbadas em outros pleitos mudando de legenda, num rearranjo de forças que busca, inoxoravelmente, granjear os louros da vitória, em 06 de outubro, data em que a massa votante irá expressar a sua preferência nas urnas.

Presentemente, o caso mais comentado, que gerou impacto no cenário político nacional, foi o retorno da ex-prefeita Marta Suplicy ao PT, de onde ela havia saído em 2018, abrigando-se por um período no MDB e, tempos depois, migrando para o Solidariedade, que tem como prócer o ex-deputado Paulinho da Força.

A decisão de Marta repercutiu de maneira agitada, não só na imprensa, mas por entre os demais grupos que se articulam para disputar o comando de nossa principal metrópole, mormente na própria gestão atual, da qual a agora novamente petista fazia parte, como secretária de Relações Internacionais, vindo a ser exonerada pelo prefeito Ricardo Nunes, logo no dia seguinte ao anúncio de sua refiliação ao Partido dos Trabalhadores.

É claro que movimentos como esse têm a chancela do líder inconteste da sigla, o presidente da República Lula da Silva, que há muito almeja ter um de seus liderados não só na chefia da Edilidade paulistana, mas também – esse é o maior intento – no comando do Palácio dos Bandeirantes, com o prélio vindouro servindo de prévia para a grande batalha de 2026.

A petista integrará, como vice, a chapa encabeçada por Guilherme Boulos, que já esteve como candidato nas eleições presidenciais de 2018 e na disputa municipal de 2020, agora, apresentando como trunfo maior a sua condição de o mais votado em 2022, ultrapassando a marca de um milhão de votos em sua primeira tentativa de chegar à Câmara dos Deputados.

Certamente ainda são apenas prenúncios de movimentações inquietantes que deveremos presenciar, até a campanha oficial, já que entre fevereiro e abril (prazo limite para filiações), diversas alterações e/ou surpresas poderão surgir, positiva ou negativamente.

Diante de tal frenesi, recordar-se-ia o adágio segundo o qual: “Deus ajuda a quem cedo madruga...”.

Mauro Benevides é jornalista e senador constituinte