A pesquisa no mercado de rochas
O Ceará é o terceiro estado brasileiro que mais exporta rochas ornamentais, perdendo apenas para o Espírito Santo e Minas Gerais. As exportações cearenses somaram, somente no primeiro semestre deste ano, US$ 21,7 milhões. Esse número poderia ser ainda maior se fossem realizadas avaliações de novos ambientes geológicos. A pesquisa mineral precisa ser uma prioridade, com as empresas estruturando equipes de pesquisa, com profissionais de geologia experientes, já que a matéria prima é o elemento central e alavancador do setor das rochas ornamentais em todo o mundo.
Para se ter uma ideia, inicialmente, as pesquisas no Ceará foram centradas em Santa Quitéria, Sobral, Meruoca, Limoeiro, Quixeré e Tabuleiro do Norte. Em seguida, houve uma expansão para Santana do Acaraú, Massapê, Uruoca, Granja, Viçosa do Ceará, Paracuru, São Gonçalo e Croatá. E, nos últimos anos, outras fronteiras vêm sendo desenvolvidas com bons resultados, como Banabuiú, Jaguaretama, Mombaça, Tauá e Aiuaba, além da produção de mármores em Canindé e Cariús. Ainda assim, muitos ambientes estão virgens, com um grande potencial.
As rochas não ocorrem de forma errática. Todo e qualquer tipo de rocha está vinculado a um processo de formação, cuja avaliação do ambiente geológico é fundamental para minimizar os custos relativos à sua prospecção. Um trabalho planejado por profissionais qualificados é capaz de gerar rochas diferenciadas e em sintonia com o ineditismo que o setor protagoniza.
Em um passeio rápido pelos escritórios de especificadores nos principais mercados mundiais, evidenciamos o enorme desconhecimento dos profissionais de arquitetura sobre as rochas brasileiras. É por essas e outras, que eventos como a Fortaleza Brazil Stone Fair, feira que acontecerá em novembro, em Fortaleza, reunindo profissionais do Brasil e do mundo das áreas de arquitetura, construção civil, designers, decoração e demais interessados em rochas ornamentais, são tão importantes.
O momento é de pensar e fazer diferente, afinal, já está massificado o conceito de que “se fazemos sempre igual, não teremos como colher resultados diferentes” e não esqueçamos a máxima de Giulio Conte: “Prima la matéria”.
Carlos Rubens A. Alencar é presidente do Sindicato das Indústrias de Mármores e Granitos do Estado do Ceará (Simagran)