Vacina AstraZeneca foi aplicada em 389 gestantes e puérperas em Fortaleza; não houve reações graves

Imunização desse grupo deve continuar com a CoronaVac e Pfizer em todo Brasil, temporariamente, durante investigação de morte de gestante

Escrito por Matheus Facundo , matheus.facundo@svm.com.br
Imagem de frasco da vacina AstraZeneca/Fiocruz
Legenda: Anvisa recomendou suspensão da aplicação do imunizante em gestantes e puérperas no Brasil
Foto: Michael Dantas/AFP

Em Fortaleza, 389 gestantes e puérperas tomaram a vacina da AstraZeneca contra a Covid-19, segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Destas, apenas duas tiveram reações ao imunizante, mas de forma leve, como dor de cabeça e febre. Quando se juntam aos dados do Ceará, outra reação adversa à vacina foi registrada em Sobral. 

Não há registro de nenhum evento grave, segundo a Sesa.  

A aplicação do imunizante produzido pela Fiocruz no Brasil está temporariamente suspensa. Suspeita de reação vacinal grave em gestante terminou com quadro trombótico grave e óbito da mulher e do feto. 

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A recomendação foi feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta terça-feira (11) e seguida pelo Ministério da Saúde. Uma grávida de 35 anos faleceu no Rio de Janeiro após a vacinação.

Reações

Segundo a Sesa, dois casos, um de febre e dor de cabeça e outro de dor muscular e vermelhidão no local da aplicação da AstraZeneca, ocorreram em Fortaleza: em 17 de abril e em 5 de maio.

O outro caso relacionado ao imunizante, que está atualmente suspenso para grávidas, foi em Sobral, no dia 17 de abril, com registro de síndrome gripal. 

Uma gestante que tomou a CoronaVac no município de Penaforte teve síndrome gripal. Ela foi vacinada com a D1 em 19 de janeiro e descobriu a gestação uma semana depois. 

Vacinação em alerta

Liduína Rocha, consultora da Escola de Saúde Pública no Estado na área materno-infantil, explica que as chances de eventos adversos vacinais graves são de 1 em 250 mil. A possibilidade é maior em grávidas que contraem Covid. 

"É claro que todo evento grave deve ser analisado, e a recomendação da Anvisa é que, enquanto houver a análise, a vacina não seja usada, e assim nós [Sesa] entendemos", afirma. 

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A médica, no entanto, indica que a imunização deste grupo continue com as outras vacinas em uso no País. Conforme Rocha, a gravidez em si já traz diversos riscos, e com a exposição à Covid-19, a incidência de quadros de saúde trombóticos é mais acentuada. 

Imunização de grávidas e puérperas no Ceará

Segundo levantamento divulgado por Liduina Rocha, que também é assessora técnica da Sesa, 27 municípios cearenses tiveram gestantes vacinadas. 

O número maior foi em Fortaleza, onde 4.494 grávidas e puérperas tomaram vacina contra o novo coronavírus. A maioria do grupo foi vacinada com o imunizante da Pfizer, o mais recente a chegar ao Estado. 

Foram aplicadas 2.268 doses da Pfizer em gestantes e 330 em puérperas na Capital. 

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