Perícia Forense vai coletar DNA de familiares com pessoas desaparecidas para auxiliar nas buscas

O Ceará registra cerca de 1,9 mil pessoas desaparecidas conforme a última atualização do Anuário Brasileiro de Segurança Pública

Escrito por Redação ,
Legenda: Além do BO, Pefoce recomenda que parentes levem itens de uso pessoal do ente desaparecido no momento da coleta de DNA
Foto: SSPDS

Como forma de contribuir para a localização e identificação de pessoas desaparecidas, a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) vai realizar a coleta de DNA de famílias que estejam com parentes desaparecidos.  A iniciativa favorece a identificação de pessoas em todo o território nacional, o que poderá facilitar as buscar. 

A ação ocorrerá entre os dias 14 a 18 de junho, sendo necessária a assinatura de um Termo de Consentimento e a apresentação do Boletim de Ocorrência (BO).

Veja também

Em Fortaleza, o atendimento será realizado por meio de agendamento no Núcleo de Perícias em DNA Forense da Pefoce (NUPDF), através do número (85) 3101.5054. Já no interior, nos núcleos de Iguatu, Juazeiro, Russas ou Sobral, os parentes podem comparecer diretamente às unidades da Pefoce com o registro do BO.

Segundo o órgão, a coleta de DNA integra a campanha nacional  “Desaparecidos: política nacional de buscas de pessoas desaparecidas”, lançada na terça-feira (25), no Dia Internacional das Crianças Desaparecidas, e elaborada pela Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG).

A atuação do NUPDF será de extrema importância, pois através da tecnologia do DNA, será possível a identificação de pessoas em todo o território nacional. Devido à integração do banco de dados genéticos da RIBPG, e à atuação em conjunto entre as forças de segurança, teremos bons frutos que levarão à identificação de adultos e crianças desaparecidas.
Julio Torres
Perito geral da Pefoce

Ao todo, o Ceará registra cerca de 1,9 mil pessoas desaparecidas conforme a última atualização do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, de 2020, com dados relativos à 2018 e 2019. Os dados são compilados a partir dos registros de casos de desaparecimento feitos durante um ano pelas Secretarias de Segurança Pública de cada Estado.

Coleta de DNA

Com o Boletim de Ocorrência atestando o desaparecimento, familiares de 1º grau, como pai, mãe, filhos ou irmãos, devem comparecer na Pefoce para o material genético ser coletado. Além do BO, o órgão também recomenda que os parentes levem itens de uso pessoal do ente desaparecido, podendo ser escova de dente, aparelho ortodôntico, cordão umbilical ou mesmo dente de leite. 

Caso os parentes ainda não tenham realizado o BO, devem buscar a 12ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e oficializar o registro. No caso das famílias do interior, esse mesmo procedimento pode ser efetuado em qualquer delegacia da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) ou por meio da Delegacia Eletrônica (Deletron). 

Campanha no Ceará

No Brasil, a campanha tem apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Já no Estado, a ação conta com a parceria entre a Pefoce, a PCCE, por meio da 12ª DHPP, e a Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública do Ceará (Supesp).

Além da coleta da DNA, a Supesp, da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS/CE), irá atuar no fornecimento de dados e estatísticas sobre pessoas desaparecidas no Ceará e no Brasil a fim de fomentar estratégias para melhorar o resultado das investigações e das perícias dos casos.

Assuntos Relacionados