Ônibus circulam com 70% da frota na fase 3; usuários reclamam de demora nos terminais

Nos terminais do Siqueira e do Antônio Bezerra, a queixa era quanto a filas e falta de distanciamento

Escrito por Redação ,

Setenta por cento da frota de ônibus de um dia útil está em circulação em Fortaleza nesta fase 3 de retomada das atividades, segundo a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor). O percentual é o mesmo da fase 2, porém, foram destinados mais 218 ônibus extras às linhas de maior demanda.

Durante a fase 2, foi observado um fluxo médio de 40% de passageiros, o que representa em torno de 362 mil passageiros/dia.

Legenda: Linhas de maior demanda receberam 218 veículos extras

De acordo com o órgão, desde o início da retomada das atividades econômicas, o monitoramento diário da demanda não identificou crescimentos abruptos no número de passageiros. Considerando o primeiro dia das novas fases, a maior diferença se deu apenas quando saímos do isolamento rígido para a fase de transição, com aumento de 5% na demanda. 

A quantidade de ônibus, conforme a Etufor, é disponibilizada de acordo com a demanda de usuários, os quais devem respeitar o isolamento social, que foi prorrogado, e respeitar os horários diferenciados de funcionamento das atividades retomadas.

Reclamação nos terminais

Mesmo com o incremento nas linhas mais demandadas, passageiros reclamaram na manhã desta segunda-feira (6) das filas e da demora dos ônibus nos terminais dos bairros Siqueira e Antônio Bezerra. Por causa das aglomerações, os usuários de coletivos temem o contágio da Covid-19.

O Sistem Verdes Mares esteve em três terminais nesta manhã e constaou que, no terminal Siqueira, o fluxo de pessoas era grande, visivelmente maior que nos últimos dias. O distanciamento recomendado entre uma pessoa e outra foi pouco respeitado por alguns usuários.  

A Etufor disse que acompanha diariamente a movimentação nos terminais para reforçar as linhas de maior demanda com ônibus extra em todos os terminais em especial no Siqueira, Antônio Bezerra e Parangaba. E disse que quando se verifica demanda maior, imediatamente são adotadas medidas para melhorar a oferta.

Quem precisa do transporte público diz que é bem difícil manter uma distância segura nos terminais, e tem medo da contaminação. “Não tem espaço nem para mover o pé. Para você mover o pé você precisa olhar para o chão porque senão você pisa no pé do outro. Distanciamento muito difícil e às vezes só na fila, mas quando o ônibus chega todo mundo corre para entrar. Infelizmente a gente tem que passar por isso agora”, afirmou o metalúrgico Régis Eusébio.

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Os passageiros também reclamaram da falta de fiscais para orientar os usuários no momento do embarque. Dentro do ônibus o problema se repete no terminal do Siqueira. Na maioria das vezes os veículos saem lotados.  “Situação dentro dos ônibus está péssima. O ônibus demora e passa só em hora e hora. Aí o pessoal fica pedindo para não ter aglomeração. Quando o ônibus chega não dá nem para colocar o pé dentro do ônibus”, reclama o barman Antônio Erasmo Vasconcelos. 

A Etufor informou que a fiscalização da Operação de Transporte foi ampliada nos terminais e, caso necessário, o usuário pode encaminhar suas reclamações para a central 156 ou procurar os agentes nos terminais. A empresa recomenda, ainda, que os usuários utilizem o aplicativo Meu ônibus para programar os deslocamentos.

Mesmo com o fluxo de pessoas um pouco menor do que foi visto no Siqueira, foi fácil observar passageiros próximos um dos outros no terminal do Antônio Bezerra. A vendedora Lívia Sousa teme pela sua saúde e justifica a lotação por causa da demora dos coletivos. “Muita aglomeração. Muita lotação, mas há aglomerações por causa da demora dos ônibus. Está um caos e imagina a saúde dentro de um ônibus desses. Tenho muito medo, mas a gente precisa trabalhar. Não podemos fazer nada”, afirmou.


Medidas de segurança contra aglomeração

 

O Etufor disse ainda que todas as medidas de segurança e higiene continuam sendo adotadas, como organização da frota para evitar aglomeração, higienização dos veículos nas garagens, fornecimento de álcool em gel, disposição de pias com água e sabão nos terminais, distribuição de máscaras, orientação por meio de sinalização para distanciamento social nas filas, além das recomendações de  que os passageiros evitem os ônibus de maior demanda e esperem um ônibus mais vago.

 

 

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