Média móvel de óbitos por Covid-19 em Fortaleza caiu 47% na última semana, aponta SMS

Desaceleração compara a média dos últimos sete dias com a de 14 dias atrás. Número de mortes na Capital ainda preocupa

Escrito por Lígia Costa , ligia.costa@svm.com.br
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Foto: Agência Diário/Helene Santos

Embora ainda esteja em um cenário de alta mortalidade, Fortaleza registrou nesta última semana uma desaceleração no número de mortes por Covid-19. O mais recente boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) aponta que a média móvel de óbitos dos últimos sete dias (28,0) - antecessores à publicação do boletim nessa sexta-feira (16) - apresentou uma diminuição de 47% ante a média mensurada há quatorze dias, que era de 52,7. 

Conforme a Pasta, apesar da interrupção no crescimento da incidência de casos em Fortaleza desde outubro de 2020, ainda há um número elevado de pacientes em leitos de observação e hospitalizados. Com a pressão na rede assistencial, há tendência de aumento das mortes a cada 24 horas.

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O impacto das medidas de isolamento social rígido sobre indicadores de mortalidade, acrescenta a Secretaria, tende a ser mais tardio. Ainda que existam indicativos de redução dos óbitos diários. 

Platô atingido

Epidemiologista e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Caroline Gurgel afirma que a queda na média móvel de óbitos verificada na última semana em Fortaleza aponta para uma tendência "natural" de retração no número de mortes pela doença no município.

"A gente tem um grande número de pessoas que foram infectadas. Naturalmente, quando a onda [epidêmica] vem, ela atinge um platô e começa a decair", justifica.

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Preliminarmente, a SMS indica que o pico da média móvel de óbitos nesta segunda fase do ciclo epidêmico ocorreu no último dia 24 de março. Já o pico da primeira onda epidêmica se estendeu por duas semanas, de 9 a 22 de maio, quando foi mantida uma média de 80 mortes diárias. 

O recorte estatístico da SMS, acrescenta a especialista, "funciona como termômetro" da epidemia em um contexto mais amplo, fora do ambiente hospitalar. "Se você tem uma demonstração clara da redução da média de óbitos, é porque do lado de fora também está diminuindo".

Flexibilização pode elevar confirmação de novos casos

Apesar de considerar o dado do boletim como "um termômetro muito bom", a especialista acredita ser necessário aguardar os resultados dos próximos dias, tendo em vista a recente flexibilização parcial do isolamento social rígido na Capital e demais municípios cearenses.

"Todo mundo agora está na rua, então as pessoas sentem-se confortáveis de voltar a fazer suas atividades no meio da rua, os parquinhos e praças estão cheias de crianças. Então, acredito que, pela epidemiologia do vírus, vá ter, talvez, um pouco mais de casos daqui a uns 14, 15 dias", estima.

Na sexta (16), inclusive, o Diário do Nordeste registrou uma série de flagrantes do descumprimento do decreto estadual por moradores de Fortaleza.

Média diária de óbitos

A tendência de incremento de fatalidades diárias nesta segunda onda pandêmica foi iniciada na transição entre janeiro de fevereiro. Com isso, a média móvel de óbitos na capital cearense avançou, atingindo patamar ainda mais elevado em março. Devido ao aumento exponencial, a média móvel subiu vertiginosamente no mês passado. 

Em números absolutos, a média diária de óbitos em março chegou a quase 50 mortes. Nos dez primeiros dias de abril, a média era de 45.

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