Guardas municipais e feirantes voltam a entrar em conflito na José Avelino; veja vídeo

Agentes atiraram contra ambulantes, que revidaram com pedradas

Escrito por Felipe Mesquita , felipe.mesquita@svm.com.br
confronto na José Avelino
Legenda: Feirantes pediram a reabertura do comércio ambulante
Foto: Reprodução

Feirantes da José Avelino e a Guarda Municipal de Fortaleza (GMF) voltaram a protagonizar um embate na madrugada desta quarta-feira (18), em frente ao Mercado Central. Durante a dispersão do comércio, houve disparos de bala de borracha contra os ambulantes, que revidaram com pedras e barras de ferro. Um feirante foi baleado e precisou ser socorrido ao Instituto Dr. José Frota (IFJ), mas ainda não há informações sobre o estado de saúde dele.

Este é o segundo confronto entre a categoria e os agentes da Prefeitura em um intervalo de apenas quatro dias. No último sábado (14), a confusão ocorreu em meio à fiscalização na área para garantir o ordenamento do espaço público, coibir o comércio irregular e verificar o cumprimento das medidas sanitárias de combate à Covid-19.

Desta vez, imagens registradas por feirantes mostram o momento em que eles realizam um ato e bloqueiam parte da Avenida Alberto Nepomuceno, no Centro. Em um cartaz, a categoria pede ao prefeito Sarto Nogueira e ao governador Camilo Santana a reabertura das feiras livres. "Queremos trabalhar". 

O apelo do segmento é para que o decreto em vigor na Capital contemple também os ambulantes, já que pelas regras atuais, apenas comércio de atacado e varejo próximo à José Avelino podem funcionar das 6h às 16h. 

Violência

Ainda nos vídeos, é possível identificar o disparo de balas de borracha e bombas de efeito moral contra os feirantes, que avançam sobre os agentes arremessando pedras. 

"A gente não sabe porque eles não estão deixando a gente trabalhar. Eu quase levei  um tiro, porque eu passei mal por conta das bombas de gás. Eles já chegam levando as coisas", alega uma feirante.

feira da josé avelino
Legenda: Trecho amanheceu com movimentação tranquila na manhã desta quarta-feira (18)
Foto: Isaac Macêdo

Outro ambulante pede mais diálogo e não uso da força para conter o comércio de rua. "Chegasse e dialogasse e não dialoga. Só manda  a força Infelizmente, não é a intenção de feirante nenhum se manifestar de tal maneira, mas nós não temos outra opção", afirma. 

Resposta da Prefeitura

Segundo o coronel Holanda, titular da Secretaria Municipal da Segurança Cidadã (Sesec), a ação da GMF tinha como objetivo combater as aglomerações no entorno da José Avelino. Os agentes anteciparam o início da operação para orientar os feirantes, deram um tempo para que eles desmontassem as barracas, mas a tratativa de negociação não teve sucesso.
 
"Conseguimos conversar antecipadamente com algumas lideranças, onde a gente demonstrou a preocupação da Prefeitura naquela situação, tentamos no diálogo conversar para que eles se dispersassem, que não ocupassem a rua, demos um tempo para que conversassem entre eles, mas infelizmente não tivemos êxito", detalha o secretário. 
 
Ainda conforme Holanda os feirantes utilizaram pedras, rojões, barras de ferro e tapumes. Os materiais foram lançados contra guardas e fiscais da Agefis.  
 
"As imagens são muito claras. As ruas ficaram tomadas de pedras, muitos rojões foram atirados, barras de ferro e tapumes arrancados. Foi um cenário muito triste. A gente lamenta muito, mas fica sempre à disposição em manter um canal de diálogo". 

 

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