Diretor do Sírio Libanês: prevenção evita "lockdown"

"Nós aprendemos quais são os eventos em que se ocorrem grandes contágios. São aqueles em que um ou dois contaminam centenas, com grande aglomeração, sem máscara, em espaços fechados", explica Paulo Chapchap

Escrito por Victor Ximenes ,

O médico Paulo Chapchap, Diretor-geral do Hospital Sírio Libanês e Coordenador Geral do Movimento Todos pela Saúde, reiterou a importância de medidas preventivas como forma de reduzir o contágio da Covid-19."Se nós usarmos o conhecimento existente da ciência, a gente evita o lockdown". Para ele, fechar a economia é uma iniciativa extrema, a ser tomada apenas quando todas as outras alternativas anteriores falham.

"Nós não precisamos fazer um lockdown absoluto, paralisar as atividades econômicas para evitar o sofrimento trazido pela Covid-19. Nós aprendemos quais são os eventos em que se ocorrem grandes contágios. São aqueles em que um ou dois contaminam centenas, com grande aglomeração, sem máscara, em espaços fechados", avalia. Para ele, a principal ação para evitar a transmissão é o uso da máscara. "Se você me perguntar qual é a medida mais importante, se a gente tivesse que escolher uma só, que tem maior impacto: usar máscara", defende.

O médico foi um dos convidados do almoço-debate do Lide (Grupo de Líderes Empresariais) Ceará, realizado ontem (4), cujo tema foi "Perspectivas para o enfrentamento da Covid-19 em 2021". O evento ocorreu de forma híbrida (online e presencial).

Outro especialista que participou das discussões foi o diretor do Butantan, Dimas Covas. Ele criticou a discussão político- ideológica no País em torno da vacina chinesa contra a Covid-19. "Isso não tem precedente no mundo civilizado", ressalta.

No caso de não-aprovação por parte da União em relação à utilização desta vacina, os estados e municípios, como entes federados, têm independência para buscar soluções próprias e incorporar a vacina aos programas estaduais e municipais de vacinação, diz. A doutora em microbiologia Natália Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência, reforçou a importância da boa comunicação científica neste momento de pandemia do novo coronavírus. "A Covid-19 é uma doença da sociedade, e a solução para a doença é colaborativa. Seja nas medidas de quarentena seja nas campanhas de vacinação. Só vai funcionar com a colaboração de todos".