Dependência química: onde buscar atendimento em Fortaleza

Entre as opções da rede pública de saúde, estão os Centros de Atenção Psicossocial voltados para dependentes de álcool e outras drogas (Caps AD), o Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM) e o Hospital-dia – Elo de Vida

Escrito por Redação ,
Legenda: Para chegar às Unidades de Acolhimento, os pacientes devem estar vinculados ao Caps AD.
Foto: Foto: JL Rosa

De uma única vez, a dependência de álcool e outras drogas pode afetar todos os âmbitos da vida de uma pessoa, prejudicando igualmente a convivência familiar e o trabalho. Para quem decide buscar o tratamento voluntariamente, clínicas particulares nem sempre são uma opção. Em Fortaleza, existem alternativas tanto na rede de saúde pública municipal, quanto estadual.  

Os Centros de Atenção Psicossocial voltados para dependentes de álcool e outras drogas (Caps AD) são destinados ao atendimento de adultos a partir dos 18 anos, com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. Ao todo, são sete unidades, uma em cada Regional da cidade. Lá, os pacientes podem ser encaminhados para uma Unidade de Acolhimento (UA), caso seja determinado que têm um perfil compatível. 

Os serviços das UAs são voltados para pessoas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, de ambos os sexos, que apresentem vulnerabilidade social e/ou familiar acentuada, e precisam de acompanhamento terapêutico e proteção temporária.  

Lá, são oferecidos cuidados contínuos de saúde, além do acolhimento com um tempo de permanência de até seis meses. O funcionamento se mantém 24 horas por dia, durante toda a semana. “O paciente precisa estar vinculado ao Caps AD, mas também pode buscar o posto de saúde da sua própria regional. A unidade básica de saúde encaminha para o Caps AD, onde é feita uma avaliação multiprofissional, que analisa o perfil do usuário”, explica a gerente da Célula de Atenção à Saúde Mental da SMS, Harrismana Pinto. 

O atendimento realizado é voluntário, uma vez que internações compulsórias não são feitas nas UAs. “Ao concluir os seis meses, ele receberá alta e continuará o tratamento no Caps AD do seu bairro, para que possa desenvolver a vida em comunidade”, pontua a gerente. Segundo ela, muitos usuários conseguem se restabelecer no próprio Caps AD, sem precisarem ser encaminhados às Unidades. 

Das 64 vagas disponíveis para Acolhimento, 10 são destinadas a pacientes infanto-juvenis vinculados aos Caps infantis (Capsi), que atende pacientes de 4 anos a 17 anos e 11 meses, com transtornos mentais graves e persistentes, ou que façam uso de crack, álcool e outras drogas. 

Desintoxicação 

No bairro Messejana, o Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM) oferece assistência aos dependentes químicos em termos de emergência, onde o paciente pode ser encaminhado para uma unidade de desintoxicação. Nesta, ele permanece 15 dias internado, na abstinência pronunciada. 

O processo de desintoxicação inclui terapias com equipe multidisciplinar, em grupo e/ou individual, e utilização de medicamentos psicotrópicos que ajudam a melhorar os sintomas de ansiedade, insônia e agitação psicomotora. O papel de cada profissional é cuidar do paciente de acordo com suas atribuições, melhorando, dessa forma, o paciente em todos os níveis: social, psíquico, nutricional e familiar. 

A unidade de desintoxicação conta com posto de enfermagem, auditório para grupos terapêuticos, sala de terapia ocupacional, consultório para atendimento da equipe multiprofissional, refeitório, enfermarias de internação com 20 leitos e enfermaria para intercorrência. 

Reinserção 

“Depois desse período, a gente encaminha pro Hospital-dia Elo de Vida, em que o paciente é reinserido na sociedade e reabilitado em termos de interação social, para tentar ficar o máximo de tempo possível longe das substâncias”, esclarece Carlos Celso Serra Azul, psiquiatra da Unidade de Desintoxicação do HSM. 

No Elo de Vida, o atendimento acontece de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Os pacientes desenvolvem atividades durante o dia e, à noite, retornam para casa. Em média, eles são atendidos por cerca de cinco meses no hospital e recebem acompanhamento médico, psicológico, terapêutico e são incentivados a buscar capacitação profissional. 

A unidade favorece a reinserção social para usuários de álcool e de outras drogas por meio de parcerias com a Secretaria da Educação do Estado do Ceará (Seduc). A partir deste trabalho conjunto, é feita uma preparação para o mercado de trabalho através do Projeto Novos Rumos. São oferecidas aulas teóricas como leitura, redação, escrita, eloquência, postura e informática, em uma carga horária de 196 horas.  

Após a realização desse curso, os pacientes fazem cursos técnicos, de acordo com suas habilidades, por meio de parceria do HSM com a Fecomércio (Sesc/Senac). Todos os pacientes participam e são realizados encaminhamentos para o mercado de trabalho

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