Conselho torna Maracatu patrimônio

Falta só a assinatura do decreto de registro pelo prefeito Roberto Cláudio, que acontecerá nos próximos 70 dias

Escrito por Redação ,
Legenda: A ideia é tornar o Maracatu um patrimônio imaterial, mostrar a relevância da manifestação da população e valorizar os grupos
Foto: FOTO: KLÉBER A. GONÇALVES

O Maracatu foi registrado, na manhã de ontem (3), como Patrimônio imaterial de Fortaleza. A decisão foi tomada na 71ª reunião do Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural (Comphic), realizada no Teatro Antonieta Noronha, no Centro da Cidade.

De acordo com a Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (Secultfor), falta apenas a assinatura do decreto de registro pelo prefeito Roberto Cláudio, que acontecerá nos próximos 70 dias. A proposta foi apresentada pelo presidente do grupo Maracatu Rei do Congo, Rodrigo Damasceno Rodrigues, em 8 de agosto de 2011.

Para a gerente do Patrimônio Imaterial da Secultfor, Graça Martins, a decisão foi uma grande conquista e um marco para a cultura local. "A aprovação do registro do Maracatu cearense como bem imaterial de Fortaleza tem toda a relevância possível e vem colaborar para a autoestima dos componentes dos grupos de Maracatu, para a nossa cultura e para a cidade de Fortaleza. Irá reforçar os direitos dessa cultura", relata Graça.

Foram escolhidos, no começo deste ano, pela Secultfor, por meio da Coordenação de Patrimônio Histórico e Cultural, e pelo Instituto de Estudos, Pesquisas e Projetos (Iepro) da Universidade Estadual do Ceará (Uece), diversos pesquisadores e antropólogos para a realização de pesquisas e visitações em diversos grupos de Maracatu da cidade com o intuito de coletar e organizar material sobre o assunto, por meio de entrevistas, vídeos e fotografias. Posteriomente, foi realizada a criação de um dossiê, que foi apresentado na reunião de ontem (3) em defesa da manifestação cultural. Para o presidente do Grupo de Maracatu Nação Iracema, William Augusto, a decisão irá valorizar ainda mais o Maracatu do Estado. "É uma grande valorização do nosso patrimônio, e a partir de agora ele vai conseguir se desenvolver melhor, estava faltando esse reconhecimento", afirma.

Ainda de acordo com William, o ritmo cearense possui características próprias. "Nosso Maracatu é genuinamente cearense, ao contrário dos outros estados do Brasil, que possuem mais influência", relata.

Festa

Futuramente, outros bens imateriais também serão avaliados pela Secretaria. O próximo será a Festa de Iemanjá, mas ainda não há data definida para o começo do projeto. O tombamento do Maracatu tem como enquadramento legal a Lei n.º 9347, de 11 de março de 2008.