Concentração de coronavírus nos esgotos de Fortaleza sobe em comparação a outubro

Pontos monitorados com presença do vírus saíram de dois para sete

Escrito por Redação ,
Pessoa atravessando via de Fortaleza com esgoto a céu aberto
Legenda: Em meados de outubro, a Capital não possuía nenhum ponto com concentração média do agente infeccioso
Foto: Camila Lima

O monitoramento realizado semanalmente pela Agência Nacional de Águas (ANA)  apontou que o esgotamento sanitário de Fortaleza aumentou a concentração do coronavírus, causador da Covid-19, se comparado ao último mês.

Em meados de outubro, o vírus fora identificado em duas estações ou sub-bacias monitoradas. Já na última semana, esse número cresceu para sete.

O levantamento analisa redes de esgotos de outras capitais, como Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro e Curitiba. Em Fortaleza, são estudados os seguintes pontos.

  • Estação de Tratamento de Esgotos José Walter;
  • Estação Elevatória SD2 - Barra do Ceará;
  • Estação Elevatória SD1 - Antônio Bezerra;
  • Estação de Tratamento e Esgotos Conjunto Ceará;
  • Estação Elevatória Reversora do Cocó (Hospital Unimed);
  • Estação Elevatória Praia do Futuro II;
  • Estação Elevatória Pajeú (Hospital Leonardo da Vinci);
  • Poço de visita - Interceptor Leste;
  • Estação de Pré-Condicionamento.

A classificação do monitoramento é dividida no mapa como:

  • não detectado (verde);
  • concentração menor (amarelo - abaixo de 4 mil);
  • concentração intermediária (laranja - entre 4 mil e 25 mil cópias);
  • concentração maior (vermelho - acima de 25 mil cópias de coronavírus por litro).

Montagem com dois infográficos da ANA sobre coronavírus em esgotos de Fortaleza
Legenda: Em meados de outubro (à esquerda), Capital não tinha pontos com concentração média do coronavírus
Foto: reprodução/ANA

No entanto, o mapa aponta concentração baixa na maioria dos pontos, com dois deles sem identificação do vírus no esgotamento sanitário.

Alta na concentração

No período analisado em outubro, a Capital não possuía nenhum ponto com concentração média do agente infeccioso. A situação é diferente neste mês, dado que foram apontados três pontos nessa circunstância.

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Além disso, as concentrações do vírus na Estação de pré-condicionamento (CE-ETE-03), localizada na Praia da Leste Oeste — onde chega a maior parte do esgoto coletado em Fortaleza — também aumentaram. Nela, a concentração está entre 4 mil e 25 mil cópias, indicando presença intermediária.

Médias móveis

Considerando a série histórica das médias móveis de duas semanas da concentração do vírus, quatro pontos da Capital tiveram alta na última edição do boletim.

Subiram os pontos do José Walter, da Praia do Futuro II, do Pajeú - Hospital Leonardo da Vinci e o Interceptor Leste. Outros três tiveram queda — Reversora do Cocó, ETE Conjunto Ceará e Estação de Pré-condicionamento —, e os restantes se mantiveram.

O que é o boletim da ANA

As informações que constam no documento foram coletadas por integrantes da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e da Universidade Federal do Ceará (UFC), parceiros da iniciativa.

O levantamento intenta cruzar os dados obtidos com os existentes no sistema de saúde para que autoridades locais tenham subsídios nas ações de combate e enfrentamento à Covid-19.

A abrangência dessa pesquisa considera o sistema de esgotamento compartilhado por mais de um milhão de pessoas.

Posso pegar Covid-19 do esgoto?

De acordo com André Bezerra, um dos coordenadores locais da pesquisa, não há risco de transmissão do coronavírus e, portanto, de infecção pela Covid-19 por meio de fezes. Nelas, há apenas "fragmentos de vírus inativo", que não podem infectar a partir do contato.

A identificação do "RNA" viral nos esgotamentos serve apenas para estimativas sobre a presença viral em diversas regiões da cidade ao longo dos períodos analisados.

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