Cientistas desmentem fenômeno Lua Azul, que boatos prometiam para esta semana; entenda

Lua não assume essa coloração e termo é geralmente associada a segunda lua cheia no mesmo mês, segundo os especialistas

Escrito por Redação ,
Informação sobre a Lua Azul foi difundida nos últimos dias, nas redes sociais e sites
Legenda: Informação sobre a Lua Azul foi difundida nos últimos dias, nas redes sociais e sites

Você já viu a Lua Azul ou planejava vê-la nesta semana? Segundo cientistas cearenses, esse fenômeno não existe e a lua nunca fica dessa cor. A informação, difundida nos últimos dias, nas redes sociais e sites, dava conta de que o fenômeno seria visto no próximo fim de semana, entre o sábado (21) e domingo (22).

"Assim como outros cientistas, eu tenho combatido esse termo falso. Não existe Lua Azul, ela não fica azul. Isso surgiu de dizeres populares, como por exemplo 'quando a galinha criar dente, eu vou fazer tal coisa'. 'Quando a lua ficar azul, eu vou fazer tal coisa'. Com o tempo, isso foi se propagando. Em determinado dia, devido a níveis de poluição, a lua ficou acinzentada, não foi nem azul. E essa expressão se espalhou", contextualiza o professor de Astronomia e coordenador do Observatório Ferrucio Ginelli, da Seara da Ciência da Universidade Federal do Ceará (UFC), Ednardo Rodrigues.

Costuma-se dizer que uma Lua Azul é quando ocorre uma segunda lua cheia no mesmo mês, e isso não vai ocorrer esse mês. Esse mês não teve lua cheia e dia 22 não vai ser a segunda lua cheia do mês. É tudo negação. Vai ser uma lua cheia bonita, como todas as outras. Mas esses termos devem ser evitados.
Ednardo Rodrigues
Professor de Astronomia

O também professor de Física e Astronomia, dos colégios Farias Brito, Antares e Teleyos, Heliomárzio Moreira, detalha que o termo 'Lua Azul' foi utilizado pela primeira vez no livro "The Maine Farmers' Almanac", de 1937, para definir uma segunda lua cheia de um mês. E depois passou a ser propagado como forma de entretenimento, apesar da lua não ficar dessa cor.

As redes sociais, de início pela falta de assunto, propagaram isso de forma exagerada e sensacionalista para obter mais visualizações. Há lacunas no ensino das ciências, associado à baixa leitura, que ajudam a produzir esses 'fenômenos' de mídia, mas nada científicos. São exageros que poderiam ser evitados.
Heliomárzio Moreira
Professor de Astronomia

Moreira afirma ainda que "um educador tem muito trabalho ao tentar esclarecer esses termos, que são apenas assuntos de redes sociais, entre seus estudantes. Realmente beiram as 'fake news'. Ainda mais quando não se explica sua origem de forma correta".

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