Ceará conta com 97,3 mil professores da educação básica; cadastrados serão vacinados contra Covid-19

Imunização deve ser iniciada a partir da próxima semana. No entanto, até o momento, somente 76,2 mil trabalhadores da área realizaram cadastro no Saúde Digital

Escrito por Redação ,
Legenda: Imunização de professores do Ceará contra Covid deve ser iniciada na próxima semana, conforme o Governo do Estado
Foto: Fabiane de Paula

O Ceará contava, no ano passado, com 97.383 professores na educação básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) e na Educação Profissional Técnica de Nível Médio, e Educação de Jovens e Adultos e Educação Especial, aponta a Sinopse Estatística da Educação Básica 2020, uma síntese do Censo Escolar divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Os docentes da rede pública e particular de ensino do Estado devem começar a ser vacinados contra Covid-19 a partir da próxima semana, conforme anúncio do governador Camilo Santana, na tarde desta sexta-feira (21). No entanto, até às 20h30 de hoje, a plataforma IntegraSUS, alimentada pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), contabilizava somente 76.214 trabalhadores de educação do ensino básico no Saúde Digital. O cadastro é requisito para acesso à vacina.

Os trabalhadores de educação, porém, englobam não somente os professores, como também demais profissionais com atuação na área, como diretores, gestores, assistente de sala, porteiros, etc. No anúncio nas redes sociais, Camilo Santana mencionou a vacinação de professores, mas não detalhou se outros trabalhadores da educação básica serão contemplados com a vacina. 

Posteriormente, o governo informou que a definição de quem será ou não imunizado vai ocorrer somente no início da próxima semana, durante uma reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB). “Onde serão pactuadas as definições de vacinação neste público”, divulgou a Sesa. Na avaliação, devem ser levados em conta os demais grupos priorizados nesta etapa da campanha. 

No Brasil, os trabalhadores da educação constam como prioridade no Plano Nacional de Imunização (PNI). Porém, no calendário nacional, esse processo só deve ser iniciado após outros grupos se vacinarem na 3º fase, como as pessoas com comorbidade.

Além dos trabalhadores do ensino básico, o IntegraSUS contabiliza o número de cadastro de vacinação de trabalhadores do ensino superior do Ceará. Até às 19h desta sexta, havia 11.729 profissionais cadastrados. 

Maioria de docentes no Ceará são mulheres 

O Censo Escolar 2020, coordenado pelo Inep junto às Secretarias municipais e estaduais da Educação do país, ainda indica que, dentre os mais de 97 mil docentes da educação básica do Ceará, a maioria esmagadora (74.507) é do sexo feminino, nas faixas etárias de 40 a 49 anos (24.553) e de 30 a 39 anos (24.007).  

Os outros 22.876 professores, portanto, eram do sexo masculino, com faixas etárias predominantes de 30 a 39 anos (8,572) e de 40 a 49 anos (6.121). 

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Imunização dos profissionais da educação nos estados 

Com o início da imunização de professores na próxima semana, o Ceará deverá sair da lista dos estados que não vacinam docentes contra Covid-19 no Brasil. Hoje, são estes: Acre, Ceará, Mato Grosso, Minas Gerais, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins.  

Logo, o Estado poderá se juntar a outras 15 unidades da federação que já estão vacinando esses profissionais, como é o caso de Maranhão, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas e Pará. 

A vacinação dos trabalhadores da educação nos estados brasileiros nem sempre tem ocorrido de forma generalizada em todas as cidades, ou mesmo incluindo profissionais de todas as faixas etárias.  

Algumas unidades da federação ainda concentram a vacinação desse grupo nas capitais, enquanto em outros, ela já ocorre nas regiões metropolitanas e no interior. Em muitos lugares, somente profissionais acima de 40 anos ou 50 anos têm recebido, no atual momento, a vacina.     

Judicialização por prioridade 

A questão da antecipação da vacina para os professores tem sido alvo de judicialização. O governo do Rio Grande do Sul levou o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na noite do último dia 15, o estado protocolou, no STF, uma ação pedindo que o Ministério da Saúde altere a ordem entre os grupos prioritários para antecipar os profissionais da educação.  

Em João Pessoa (PB), o Ministério Público Federal (MPF) ingressou com uma ação pedindo a suspensão da vacina nesse grupo, por entender que “furava fila de prioridades” do PNI. Em 17 de maio, a prefeitura de João Pessoa foi autorizada a continuar a vacinação dos profissionais de educação do município pelo presidente do STF, ministro Luiz Fux. O processo segue em tramitação.   

 

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