Com competidores em dezenas de competições de alto nível pelo mundo, as chances são altas do Estado receber campeões de diversas modalidades e de acompanhar boas campanhas de times de futebol, basquete e de futsal
O ano de 2020 virou o universo esportivo pelo avesso com a pandemia de Covid-19 paralisando ou adiando os eventos por meses, como os Jogos Olímpicos de Tóquio, agora realizados em 2021. Em algumas horas, a página será virada, e a esperança é de mais brilho no horizonte dos atletas e equipes cearenses.
Apesar da situação atípica, a temporada não foi tão ruim no desempenho de quem representa o Ceará. No futebol, o Fortaleza estreou na Copa Sul-Americana e lutou até o fim para vencer o tradicional Independiente-ARG, enquanto o Vovô foi campeão nordestino, fazendo, até aqui, a melhor campanha do clube na Série A do Brasileiro.
Os dois times têm condições tanto de abrir boa vantagem da zona do rebaixamento na tabela de classificação quanto de almejar lugar na “Sula”, que pode ganhar mais vagas dependendo dos resultados nas finais da Copa do Brasil e da Taça Libertadores.
Já a Série C terá o Ferroviário pelo 3º ano seguido tentando o sonhado acesso à 2ª divisão, distante em 2020. Na última campanha, Foram seis pontos de diferença para avançar à 2ª fase e apenas quatro para o descenso.
Com parte do elenco dispensando, o time coral iniciou a pré-temporada visando a disputa da Fares Lopes, com início na segunda semana de janeiro. O título assegura vaga na Copa do Brasil, o que pode garantir melhor equilíbrio financeiro ao time.
A 3ª divisão também tem chances de receber um novo cearense: o Floresta está a dois jogos de subir após seu segundo ano no Campeonato Brasileiro. No mata-mata, enfrenta o América/RN nas quartas da Série D. O confronto de ida ocorre neste sábado (2), às 16h, na Arena Castelão.
O Lobo da Vila Manoel Sátiro vem de sequência de cinco partidas de invencibilidade e briga pela vaga com o time potiguar, adversário que o derrotou na penúltima rodada da fase de grupos.
E se os sucessos dos quatro times cearenses em 2021 não são certos, pelo menos uma certeza se consolida: o Estado do Ceará está se tornando o principal centro do futebol do Nordeste. As equipes de Pernambuco e da Bahia não realizaram boas apresentações nas quatro divisões do Brasileiro, contribuindo para os times da capital cearense saltarem no ranking regional.
Foco nas quadras
Dos campos para as quadras, o Fortaleza Basquete Cearense faz a melhor campanha da equipe no NBB, ocupando a 6ª posição na tabela e firmando as garras do “CarcaLaion” nos playoffs da competição.
A 1ª temporada da parceria entre o Tricolor do Pici com o antigo Carcará se mostra muito produtiva com o retorno do técnico Alberto Bial e da sensação do torneio na figura do estadunidense Desmond Holloway, maior pontuador da competição com média de 24,8 por partida. O ala foi uma das contratações para elevar o nível da equipe, que promete voos altos em 2021.
No futsal, o Ceará cresce mais ainda no cenário nacional, disputando novamente a Copa do Brasil da modalidade, na qual conquistou o vice-campeonato em 2020. Com a conquista do bicampeonato estadual, o Vovô reúne experiência e juventude em um grupo habilidoso e que deve manter o ritmo para a temporada seguinte.
Expectativas olímpicas
As Olimpíadas são sonhos para qualquer atleta e, para 2021, os filhos do Ceará já têm presença marcada no Japão. Ana Patrícia, mineira, e Rebecca Cavalcante, cearense, foram campeãs do Circuito Brasileiro de vôlei de praia 19/20 e estão entre as favoritas para trazer medalha de ouro na categoria dos Jogos de Tóquio.
Vittoria Lopes, triatleta e a melhor brasileira no ranking mundial, é uma das revelações do Estado e ficou em 4ª lugar em evento-teste realizado no Japão no ano passado. A jovem de 25 anos já havia garantido ouro e prata nos Jogos Pan-Americanos de 2019 em Lima, no Peru. O triunfo veio ao lado de outro cearense: Manoel Messias, líder do ranking nacional, formando uma forte equipe em busca de glórias.
O Ceará também sempre forma grandes surfistas, e a experiente Silvana Lima, natural de Paracuru, busca medalhas para aumentar a galeria de títulos, a exemplo do bicampeonato mundial.
Quem ainda luta para confirmar presença é o tenista Thiago Monteiro, que precisa subir no ranking da ATP para ficar entre os 56 melhores do mundo e assegurar uma das vagas de participação.
Apesar de ter nascido em Roraima, o nadador Luiz Altamir foi radicado em Fortaleza, onde viveu até os 15 anos antes de ir para o Rio de Janeiro defender o Flamengo na natação. Membro da equipe nos Jogos Olímpicos de 2016, o jovem é uma das apostas brasileiras por medalha no revezamento 4x200m livre.
Assim, do litoral nordestino ao outro lado do mundo, a figura do cearense não vai se esconder da procura pelo sucesso e orgulho do povo que tanto sofreu em 2020 com a Covid-19 - doença que vitimou quase 10 mil pessoas. Que o esporte em 2021 seja mais um motivo para sorrisos sinceros em tempos tão sombrios.