Técnica que assinou laudo de doador de órgãos infectados por HIV se entrega à polícia no RJ

Ela é acusada de usar carimbo falso para liberar laudos

Escrito por Redação ,
Jacqueline
Legenda: Jacqueline também teria apresentado um diploma falso
Foto: Reprodução/TV Globo

Jacqueline Iris Bacellar de Assis, de 36 anos, a técnica de laboratório que assinou um dos laudos de órgãos infectados por HIV no Rio de Janeiro, se entregou à polícia nesta terça-feira (15). Ela é alvo de um mandado de prisão temporária e estava foragida desde segunda. As informações são do g1.

A profissional, que atuava como auxiliar administrativa no PCS Lab Saleme, compareceu à Delegacia do Consumidor, na Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio de Janeiro, acompanhada por dois advogados. Ao chegar, ela evitou a imprensa e não respondeu às perguntas.

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A investigação aponta que Jacqueline usou um carimbo com registro profissional de outra pessoa para liberar o laudo de órgãos de uma paciente de 40 anos que estava infectada pelo HIV. O ato resultou na infecção de outros três pacientes que receberam os órgãos.

Ao ser contratada pelo laboratório, Jacqueline apresentou um diploma de biomédica. No entanto, a Universidade citada no documento não reconheceu o certificado.

ENTENDA O CASO

A Secretaria da Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) investiga internamente o fato de seis pacientes que estavam na fila de transplante terem recebido órgãos contaminados pelo vírus HIV. O incidente é considerado inédito na história do serviço prestado pelo estado fluminense.

O erro teria sido cometido em dois exames feitos pelo PCS Lab Saleme, laboratório contratado em dezembro do ano passado pelo Governo do RJ — em um processo licitatório emergencial orçado em R$ 11 milhões — para ser responsável pela sorologia de órgãos doados.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) descobriu que o local não possuía kits para a realização de exames de sangue e nem apresentou documentos que comprovassem a compra dos itens, o que levanta a suspeita de que os testes não tenham sido feitos e que os resultados tenham sido forjados.

O PCS foi interditado pela Coordenadoria Estadual de Transplantes e pela Vigilância Sanitária Estadual. O laboratório se referiu ao caso como "sem precedentes na história da empresa, que atua no mercado desde 1969", e disse que abriu uma sindicância interna para apurar as responsabilidades.

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