Sobrinha que levou tio morto a banco no RJ tem pedido para adiar audiência negado
Érika Vieira é investigada por levar corpo do familiar, que ficou conhecido como "tio Paulo", para tentar fazer empréstimo de R$ 17 mil
A Justiça negou o pedido para adiar a primeira audiência de Érika Vieira, sobrinha do idoso Roberto Braga, que ficou conhecido como "tio Paulo" ao ser levado morto pela familiar a um banco em Bangu, no Rio de Janeiro. A sessão está prevista para acontecer no próximo dia 12 de novembro.
Segundo a defesa, a solicitação para alterar a data é justificada por motivos médicos e problemas psiquiátricos, já que Érika Vieira foi submetida a uma cirurgia de histeroscopia, na última terça-feira (15), o que, conforme argumenta o representante, a impossibilitaria de estar presente na audiência. A informação é do colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo.
No entanto, a juíza Yedda Cristina Ching San Filizzola Assunção, da 2ª Vara Criminal da Regional de Bangu, negou o pedido, pois o procedimento médico seria simples e sem necessidade de repouso.
Veja também
Em abril deste ano, Érika Vieira foi presa em flagrante após levar o idoso a uma agência bancária para sacar um empréstimo. O óbito do homem foi constatado no local. Ela passou por audiência de custódia no dia 18 daquele mês e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Posteriormente, ela teve a prisão preventiva revogada pela Justiça do Rio de Janeiro.
A mulher é acusada de tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver. Érika alega que o homem estava vivo quando chegou à instituição bancária. O médico do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), que foi chamado por funcionários do banco para atender ao homem, atestou, no entanto, que ele já estava morto há algumas horas.
Mulher disse não ter notado morte do tio
Em entrevista ao Fantástico na época, ela se defendeu das acusações de tentativa de estelionato e de vilipêndio de cadáver. A mulher detalhou como foram o dias na prisão e afirmou que não percebeu que o familiar faleceu durante o trajeto de casa à instituição financeira.
Foram dias horríveis longe da minha família. Vivi momentos da minha vida que não suportava mais. Muito difícil. Foi horrível, não percebi que meu tio estava morto. [...] Não sou essa pessoa que estão falando, não sou esse monstro".
Na época do ocorrido, imagens do momento repercutiram nas redes sociais e causaram espanto. Nelas, Érika surge ao lado do idoso, que estava em uma cadeira de rodas, movimentando-o e pedindo para que ele assinasse um documento que aprovava a liberação de R$ 17 mil. Enquanto a mulher se esforçava para concluir o processo, agentes bancários se espantavam com a inércia do "tio".
A morte foi constatada por volta das 15h20, e o laudo, concluído na noite de 17 de abril, aponta que o óbito ocorreu entre 11h30 e 14h30 da terça, por broncoaspiração de conteúdo estomacal e falência cardíaca.