Saiba como Vinicius Gritzbach, empresário morto pelo PCC em Guarulhos, acumulou bens milionários
Só o apartamento onde ele morava valia mais de R$ 10 milhões; fortuna inclui aeronave, postos de gasolina e empresas de negócios imobiliários
Morto no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, após anos jurado pelo PCC, o empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, 38, acumulou grande fortuna ao investir em criptomoedas, mas construiu o patrimônio a partir do ramo imobiliário.
De acordo com o jornal O Globo, ele começou a carreira como corretor de imóveis e passou a lavar dinheiro de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) por meio de bens e bitcoins, conforme investigações da Polícia Civil.
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Gritzbach trabalhou de 2014 a 2018 em uma grande construtora da zona leste de São Paulo, a Porte Engenharia, famosa por estar por trás da construção do maior prédio da cidade, o Platina, com 172 metros de altura.
Em seis anos na corporação, passou de corretor para gerente e chegou até pelo menos ao cargo de gerente-comercial. Em depoimento aos investigadores, ele diz que a ascensão foi fruto de “boa performance”.
No auge da carreira na construtora, segundo afirmou, ele recebia salário de R$ 25 mil, complementado por participação em vendas realizadas. Gritzbach também aparece como um dos proprietários de outras três empresas de negócios imobiliários: a Vita Empreendimentos; uma empresa com o nome de Vinícius; e a VMA intermediações e negócios.
Na Junta Comercial de São Paulo, os três empreendimentos estão registrados com um capital social total de R$ 310 mil.
Negócios próprios
Vinicius enveredou para os negócios próprios, abrindo uma série de empreendimentos ligados ao ramo imobiliário. A reportagem do Metrópoles localizou quatro empresas em nome dele, entre ativas e já fechadas.
A maior das empresas foi a SP Investimentos e Empreendimentos, hoje já extinta. Ela chegou a ter um capital social de R$ 4 milhões. A empresa tinha como finalidade o aluguel e a venda e venda de imóveis.
Só o apartamento onde ele morava, no Jardim Anália Franco, na zona leste, valia mais de R$ 10 milhões. Em delação premiada, ele fala sobre lavagem de dinheiro para personagens como Anselmo Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e Claudio Marcos de Almeida, o Django.
Um ramo frequentemente associado ao PCC para lavagem de dinheiro, o empresário ingressou nos negócios de postos de gasolina em 2020, quando tornou-se um dos proprietários de um estabelecimento do tipo em Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo
Vinicius também dizia atuar como investidor no mercado de criptomoedas, com a Alter Bank, especializado no setor. As investigações da polícia indicam que uma das divergências entre Gritzbach e o PCC surgiu com o suposto desvio de R$ 100 milhões que deveriam ser investidos por ele em criptomoedas. O valor, no entanto, teria desaparecido.
Além dos imóveis, o empresário também dizia ser dono de uma embarcação de comprada por R$ 2,2 milhões e uma aeronave de R$ 2,5 milhões.