Quem é Kamala Sohonie, bioquímica indiana homenageada pelo Google neste domingo (18)

Com um Doodle, o buscador celebra o 112º aniversário da cientista, que quebrou barreiras e ajudou a abrir caminhos para outras mulheres indianas seguirem a carreira científica

Escrito por Redação ,
Imagem do google em homenagem à cientista indiana Kamala Sohonie. Com fundo preto, há uma ilustração da cientista no meio e ao redor há elementos que remetem à carreira científica, como um microscópio
Legenda: O Doodle, imagem em destaque no buscador, celebra o 112º aniversário da cientista, que nasceu em 18 de junho de 1911
Foto: Reproduçao/Google

Primeira mulher indiana a obter um Ph.D em uma área científica, a bioquímica Kamala Sohonie é a homenageada deste domingo (18) pelo Google. O Doodle, imagem em destaque no buscador, celebra o 112º aniversário da cientista, que quebrou barreiras e ajudou a abrir caminhos para que outras mulheres indianas superassem o preconceito de gênero e seguissem a carreira científica.

Primeira mulher a ingressar no Instituto Indiano de Ciência (IISc) e a ser nomeada diretora do Instituto Real de Ciência em Bombaim, Kamala Sohonie tem uma história de pioneirismo.

Os registros históricos da família mostram que a bioquímica nasceu em Indore, Madhya Pradesh, em 18 de junho de 1911. Filha e sobrinha de respeitados químicos, Sohonie quis seguir os passos do pai e do tio e estudou química e física na Universidade de Bombaim, no estado de Maarastra, e se formou em 1933, como destaque.

Kamala Sohonie sentada em uma cadeira
Legenda: A bioquímica indiana Kamala Sohonie quebrou barreiras e ajudou a abrir caminhos para que outras mulheres indianas seguissem a carreira científica
Foto: Anil Sohonie/Reprodução

Kamala Sohonie foi a primeira mulher a ingressar no Instituto Indiano de Ciência (IISc). Por isso, foi submetida a condições rigorosas durante o primeiro ano de estudo, uma vez que o diretor do IISc, o professor Chandrasekhara Venkata Raman, C.V. Raman, duvidava da capacidade das mulheres na área científica.

Durante o primeiro ano de pesquisa, por exemplo, dra. Sohonie não foi admitida como aluna regular e não poderia frequentar o ambiente do instituto, para não ser uma “distração” para os homens que estudavam lá. Mas, após esse período, o professor C.V. Roman ficou tão impressionado com a competência da cientista que passou a admitir mais mulheres no programa de pesquisa.

As pesquisas de Kamala Sohonie

Em 1936, Kamala Sohonie tornou-se mestra com uma pesquisa sobre as várias proteínas encontradas em legumes. Com o estudo, a cientista concluiu que elas aumentavam a nutrição em crianças.

Um ano depois, com uma bolsa de pesquisa na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, Sohonie descobriu a citocromo C, uma enzima importante para a geração de energia. No estudo, ela descobriu que essa enzima estava presente em todas as células vegetais. Em 1 ano e 2 meses, Sohonie conquistou o Ph.D com essa pesquisa.

De volta à Índia, os benefícios de certos alimentos continuaram como foco de estudo de Kamala Sohonie, que ajudou a desenvolver um suplemento dietético produzido a partir de néctar de palma, chamado de Neera.

Pelo trabalho com o Neera, dra. Sohonie recebeu o Prêmio Rashtrapati, que era concedido pelo presidente da Índia, ou, em alguns casos, pelo primeiro-ministro, por realizações no campo do esporte, arte, militar, literatura, cinema, cultura, ciência e tecnologia, ou escotismo.

Sua contribuição para a Ciência rendeu, ainda, a nomeação como primeira diretora mulher do Instituto Real de Ciência em Bombaim.

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