Rússia envia reforços para conter incursão ucraniana após cidade decretar estado de emergência

Ataque em Kursk deixou cinco civis mortos e pelo menos 31 feridos

Escrito por Diário do Nordeste/AFP ,
Casa bombardeada em Kursk
Legenda: Kursk foi uma das cidades atingidas durante ataque ucraniano
Foto: AFP

A Rússia enviou reforços, nesta quinta-feira (8), para tentar frear uma grande incursão de tropas ucranianas iniciada há três dias na região fronteiriça de Kursk. Na quarta-feira (7), a cidade decretou estado de emergência, após ataque que deixou cinco civis mortos e pelo menos 31 feridos. 

As tropas de Kiev entraram na região de Kursk, no sudoeste da Rússia, na manhã de terça-feira (6), com cerca de mil soldados e vinte veículos blindados e tanques, segundo o Exército russo. As autoridades de Moscou afirmaram que a situação é "estável e sob controle".

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O Ministério da Defesa da Rússia declarou nesta quinta que "a operação para destruir unidades do Exército ucraniano continua" com ataques aéreos, foguetes e fogo de artilharia contra tropas que entraram em dois distritos fronteiriços e que enviou reforços para ajudar a "conter tentativas de invasão" ao país.

Esta pode ser a maior incursão fronteiriça da Ucrânia desde que a Rússia lançou a sua ofensiva militar em fevereiro de 2022. 

O que diz Volodimir Zelensky

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, afirmou que a Rússia deve "sentir" as consequências do ataque de Kiev, sem mencionar diretamente a incursão, que também não foi citada por seu governo.

Mikhail Podoliak, conselheiro presidencial ucraniano, garantiu que a operação é uma consequência da "agressão" russa contra o seu país, sem reivindicar a ação.

"Grande parte da comunidade internacional considera agora que a Rússia é um alvo legítimo para operações de qualquer tipo e com qualquer arma", acrescentou. 

'Provocação em grande escala'

O presidente russo, Vladimir Putin, classificou como uma "provocação em grande escala" por parte de Kiev, enquanto o seu Exército prometeu esmagar a incursão. 

Vários analistas afirmam que os soldados ucranianos chegaram a Sudzha, uma posição-chave a cerca de 10 quilômetros da fronteira, onde há uma estação que fornece gás à Europa, passando pela Ucrânia. 

Esta localidade distribui gás à Eslováquia e Hungria, cujo primeiro-ministro, Viktor Orban, tem boas relações com Putin. 

A gigante energética russa Gazprom informou nesta quinta-feira que continua fornecendo gás à estação de Sudzha.

Estado de emergência em Kursk

A região de Kursk declarou na quarta-feira (7) à noite estado de exceção, que dá às autoridades o poder de restringir a circulação, em uma tentativa de controlar a situação. 

Quase 3.000 pessoas foram evacuadas e ataques cibernéticos deixaram vários serviços "temporariamente" fora do ar, segundo autoridades desta região.

Ainda conforme as autoridades, pelo menos cinco civis morreram e 31 ficaram feridos, incluindo várias crianças.

Na região russa vizinha de Belgorod, duas pessoas morreram e uma terceira ficou ferida em bombardeios ucranianos nesta quinta-feira, informou o governador local.

Do lado ucraniano, as autoridades reportaram no mesmo dia que os bombardeios russos deixaram pelo menos cinco civis mortos.

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