Buscas por desaparecidos em Valência continuam; inundações na Espanha já deixaram 217 mortos

A prioridade, conforme as equipes de resgate, é localização dos desaparecidos e a identificação dos corpos

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Diário do Nordeste/AFP producaodiario@svm.com.br
Móveis e objetos de casas cobertos de lama após inundação em Valência, na Espanha
Legenda: Valência foi a região mais afetada pelas inundações
Foto: JOSE JORDAN / AFP

A busca por desaparecidos durante a enchente em Valência, na Espanha, continuam nesta segunda-feira (4), seis dias após as inundações que deixaram pelo menos 217 mortos na Espanha. O desastre natural continua, ao passo que fortes chuvas atingiram a região de Barcelona neste fim de semana. Autoridades alertaram que o número de vítimas seguirá aumentando, pois ainda há muitos desaparecidos.

A prioridade, conforme as equipes de resgate, é a localização dos desaparecidos e a identificação dos corpos. Segundo a agência estatal de meteorologia, Aemet, assegurou que a "crise meteorológica" sobre Valência havia chegado ao fim, mas a preocupação se deslocou para o norte, até Barcelona, sob alerta vermelho.

As chuvas torrenciais na capital catalã levaram à suspensão dos trens, ao cancelamento ou atraso de 50 voos e aos longos intervalos dos trens de alta velocidade entre a cidade e Madri.

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Imagens que viralizaram nas redes sociais mostravam veículos presos em uma estrada inundada perto da capital catalã.

O balanço mais recente elevou para 217 o número de pessoas mortas nas chuvas torrenciais na terça-feira da semana passada. Quase todas (213 mortes) foram em Valência, no leste, além de três na região vizinha de Castela-La Mancha e uma na Andaluzia.

Pessoas trabalhando para ajudar famílias após inundação em Valência
Legenda: Centenas de famílias ficaram desabrigadas por conta do desastre natural
Foto: JOSE JORDAN / AFP

População se revolta com reis 

Os reis da Espanha, Felipe VI e Letizia, o primeiro-ministro Pedro Sánchez e o chefe do governo da região de Valência, Carlos Mazón, foram recebidos com gritos de "assassinos" e arremesso de lama, pedaços de pau e outros objetos em Paiporta, um município valenciano duramente afetado.

Em um cenário de grande tensão, Sánchez foi retirado do local e Mazón deixou a área pouco depois, mas os reis, com a roupa e o rosto manchados de lama, ficaram durante algum tempo tentando conversar com as pessoas, protegidos por seus seguranças, que foram empurrados.

Após alguns minutos, os dois se retiraram do local e cancelaram a visita à outra cidade afetada. O ministro dos Transportes, Óscar Puente, reconheceu em entrevista ao canal La Sexta que foi "um erro" organizar a visita sem levar em consideração "a indignação que a comitiva encontraria". Paiporta, onde pelo menos 70 pessoas morreram, ainda procura por desaparecidos e tenta limpar as ruas.

Devido às más condições das estradas e ao dia chuvoso, as autoridades mantiveram nesta segunda-feira as restrições de tráfego em várias estradas da região de Valência, onde as escolas permanecerão fechadas.

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