'Assassino do Twitter' é executado no Japão após ser condenado por tirar a vida de 9 pessoas

Ministro da Justiça japonês frisou que os homicídios chocaram e geraram ansiedade na sociedade nipônica

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Imagem mostra o criminoso Takahiro Shiraishi, conhecido como Assassino Twitter, cobrindo o rosto no interior de um carro, ilustrando execução dele pela Justiça do Japão após ser condenado a morte por matar 9 pessoas
Legenda: Homicida utilizada a rede social para procurar e contactar vítimas
Foto: STR/JIJI PRESS/AFP

Takahiro Shiraishi, conhecido como "Assassino do Twitter", foi executado aos 37 anos nesta sexta-feira (27) no Japão. O homem usava a rede social Twitter, atual X, para contactar vítimas e foi condenado à pena capital após matar e esquartejar nove pessoas. Essa é a primeira aplicação da punição no país asiático desde 2022. 

Os crimes aconteceram em 2017, e o acusado admitiu os delitos, segundo a imprensa. Shiraishi explicou que usava a plataforma para encontrar pessoas com tendências suicidas e lhes oferecia ajuda para morrer.

O ministro da Justiça japonês, Keisuke Suzuki, frisou que os homicídios realizados pelo "Assassino do Twitter" "chocaram e geraram muita ansiedade na sociedade", e destacou que ele agiu "pelo motivo egoísta de satisfazer seus próprios desejos sexuais e financeiros".

"Nove vítimas foram agredidas e estranguladas, assassinadas, roubadas e depois mutiladas, com partes de seus corpos guardados em caixas e outras jogadas em um aterro sanitário", detalhou.

Devido à gravidade dos crimes, o Japão decidiu aplicar a pena capital pela primeira vez desde 2022. "Após reflexão cuidadosa, ordenei a execução", explicou Suzuki.

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Casa dos horrores

A polícia descobriu os atos macabros do "Assassino do Twitter" em 2017, após investigar o desaparecimento de uma mulher de 23 anos que, ao que parece, havia publicado na rede social o desejo de morrer.

O irmão da vítima conseguiu acessar sua conta no Twitter e levou a polícia à residência de Shiraishi, onde os investigadores encontraram uma casa dos horrores: 240 restos mortais humanos escondidos em caixas, cobertos com areia de gato para disfarçar o cheiro de decomposição. Tesouras, facas, uma serra e outras ferramentas de carpintaria também foram encontradas na residência.

As vítimas, que tinham entre 15 e 26 anos, foram até a casa do condenado nas imediações de Tóquio, onde ele as assassinou, esquartejou e escondeu os restos de seus corpos em pequenas geladeiras e caixas de ferramentas.

Shiraishi foi condenado à pena de morte em 2020. Os advogados de defesa reiteraram que ele deveria ser condenado a uma pena de prisão, e não executado, porque as vítimas haviam expressado pensamentos suicidas e, portanto, aceitado morrer. Um juiz rejeitou o argumento e chamou os crimes de Shiraishi de "astutos e cruéis", segundo a imprensa.

"Ele pisoteou na dignidade das vítimas", declarou o magistrado, acrescentando que o acusado se aproveitou de pessoas "mentalmente frágeis".

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