PM da Bahia morre após ser baleado com 10 tiros durante "surto psicótico"

Soldado efetuou disparos contra colegas de farda no Farol da Barra, mas acabou sendo atingido no tórax e no abdômen

Escrito por Redação ,
pm neutralizado
Legenda: Militar foi neutralizado com 10 tiros e socorrido ao Hospital Geral do Estado
Foto: Alberto Maraux/SPS-BA

Horas após ter um “surto psicótico”, disparar tiros de fuzil e bloquear o Farol da Barra, em Salvador, um policial militar teve a morte confirmada às 22h41 desse domingo (28) pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).

Wesley Soares foi internado no Hospital Geral do Estado (HGE) após ser baleado por uma composição do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) durante tentativas de negociação.

De acordo com a Pasta, a ocorrência teve início às 14h, quando o PM chegou armado com fuzil e pistola ao ponto turístico baiano. O soldado pintou o rosto de verde e entoou palavras de ordem.

Em seguida, o agente teria "imediatamente" iniciado os disparos de fuzil para o alto. O local foi cercado e isolado pelo Comando de Policiamento Regional (CPR) Atlântico.

No início das negociações, às 15h, Wesley "alternava momentos de lucidez com acessos de raiva, acompanhados de disparos", conforme a secretaria. Além disso, o PM chegou a arremessar grades, isopores e bicicletas no mar. 

Tiros letais

Às 18h35, a SSP-BA afirma que o soldado verbalizou que havia chegado o momento, fez uma contagem regressiva e iniciou os disparos contra as equipes do Bope. 

Os militares revidaram e Wesley foi "neutralizado" com "pelo menos" 10 tiros, que atingiram tórax e abdômen, entre outras regiões do corpo. 

“No momento que caiu ao chão ele iniciou uma série de disparos contra os policiais, que novamente tiveram a necessidade de realizar disparos, e, quando ele cessou a agressão, os policiais chegaram perto para o resgate”, declarou o capitão Luiz Henrique.

Segundo o comandante do Bope, major Clédson Conceição, os policiais utilizaram "técnicas internacionais de negociação" para impedir um confronto, mas o soldado atacou a equipe. "Os nossos objetivos primordiais são preservar vidas e aplicar a lei", frisou.

Manifestação

A Associação dos Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra-BA), divulgou uma nota de pesar e convocou uma “manifestação pacífica e ordeira” para a manhã desta segunda-feira (29), no Farol da Barra, "pela morte do soldado Wesley". 

Deputados comentam

Após a divulgação do caso, a deputada Bia Kicis (PSL-DF) usou as redes sociais para falar sobre o caso, mas apagou a publicação instantes depois. Na declaração, a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) afirmou que o policial foi morto por se recusar a "prender trabalhadores".

Foto: reprodução/Twitter

Ainda na manhã desta segunda (29), ela se corrigiu na mesma rede social. Ao afirmar que o PM morto estava em surto, Kicis disse aguardar novas informações para se pronunciar. 

Mesmo com as informações sobre o surto psicótico confirmadas pela Polícia Militar, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também recorreu ao Twitter para comentar o caso. 

"Aos vocacionados em combater o crime, prender trabalhador é a maior punição. Esse sistema ditatorial vai mudar", escreveu. Nos comentários, seguidores atentaram aos fatos repassados pela polícia em relação ao caso.

Paralisação descartada

O Comandante-geral da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), coronel Paulo Coutinho, concedeu coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (28), negando a possibilidade de paralisação por conta da morte do soldado Wesley Soares.

"Não há possibilidade de greve. Prestamos um serviço extremamente essencial para a comunidade", descartou. Segundo ele, nenhuma manifestação desse tipo cabe no momento atual. 

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