Cirurgião plástico é denunciado por complicações em pacientes, na Bahia
Médico teria realizado procedimentos cirúrgicos sem anestesia e em salas inadequadas
O cirurgião plástico Rossini Teobald Ruback foi denunciado por pacientes de diferentes municípios baianos, que alegam ter tido complicações e deformidades após operações realizadas pelo médico. As cirurgias ocorreram em uma clínica de Itabuna, no sul do estado. As informações são do g1.
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Entre as acusações, algumas pacientes afirmam não ter sido anestesiadas antes da realização dos procedimentos cirúrgicos. Os relatos foram confirmados por uma instrumentadora cirúrgica, que trabalhou com Rossini de janeiro a julho do ano passado.
Em entrevista à TV Bahia, a profissional explicou como o cirurgião agia: "Ele fazia vários procedimentos com anestesia local. A única coisa que ele dava para o paciente, ele falava que era sedativo, mas era praticamente uns 15 comprimidos e água com açúcar. Todas ficavam sempre gritando de dor e ele ficava gritando com elas para não gritarem''.
As operações seriam realizadas em cima de uma maca odontológica e em salas inadequadas, também de acordo com a instrumentadora.
RELATOS
Uma mulher de 33 anos procurou o cirurgião para colocar próteses de silicone nas mamas e realizar lipoaspiração na barriga. Ao retirar o curativo, três dias após o procedimento, notou uma espécie de secreção nos seios. “Aí passaram mais cinco dias e abriu um buraco''.
Com a infecção confirmada, a área afetada precisou ser cortada e suturada, procedimentos que foram enfrentados pela paciente sem nenhum sedativo.
''Ele disse que teria que retirar minha prótese. Pegou um maço de gases e disse: 'coloca em sua boca, porque nós não temos anestesista na cidade. Então vou ter que te cortar e tirar sem anestesia'. No fim ele disse: 'agora pode levantar e ir para casa, porque agora você vai ficar boa''', contou.
Apesar da garantia dada por Rossini, o quadro de saúde da paciente não melhorou, e ela precisou se deslocar até um hospital em Vitória, no Espírito Santo, onde foi constatada uma infecção grave. Devido ao estado avançado da complicação, a mulher foi orientada a voltar ao cirurgião, que retirou as mamas. Após o procedimento, a paciente diz ter ficado com uma cicatriz como se a operação tivesse sido “feita a facão”, e ouviu do médico que as mamas tinham ficado “lindas”.
Outra mulher, que realizou procedimentos de abdominoplastia e lipoescultura com Rossini, também enfrentou complicações durante o período pós-operatório, tendo líquidos retirados de suas costas sem anestesia.
DENÚNCIAS
De acordo com informações do Conselho Regional de Medicina da Bahia (CREMEB), sete denúncias foram protocoladas contra o cirurgião plástico e estão sendo investigadas.
Já a Polícia Civil revelou que dois boletins de ocorrência foram registrados contra Rossini, sendo um deles de ameaça e outro de cirurgia malsucedida, mas a apuração policial ainda será iniciada.
O QUE DIZ O MÉDICO
Advogado do cirurgião, Erick Achy disse ao g1 que medidas legais já foram adotadas em relação às denúncias. Ele declarou que a clínica é totalmente equipada e que o médico tem competência para decidir quais procedimentos precisam ou não de anestesia.
“Como toda cirurgia, a estética também não é diferente, gera riscos e seu resultado negativo é multifatorial. É necessário que seja apurado se de fato houve algum tipo de erro e negligência”.
Ainda conforme a defesa de Rossini, o cirurgião cumpriu com o protocolo médico e todos os procedimentos teriam sido realizados dentro dos padrões exigidos pelo CREMEB e CRM.