Vírus Epstein-Barr: o que é, quais os sintomas e qual a relação com a esclerose múltipla
Vírus se tornou um dos assuntos mais comentados nos últimos dias nas redes sociais
Após a revelação de Anitta sobre diagnóstico do vírus Epstein-Barr, causador da mononucleose, as dúvidas sobre o vírus se multiplicaram nas redes sociais. Um dos motivos foi a declaração da artista sobre o assunto durante o lançamento do documentário "Eu", produzido por Ludmila Dayer e retratando a esclerose múltipla.
A maioria das questões relacionou a mononucleose e a esclerose múltipla, mas as duas doenças diferem e ainda têm a relação investigada por cientistas.
Segundo material do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o vírus Epstein-Barr (EBV) estabelece infecção persistente em cerca de 90% da população mundial adulta. Normalmente, no entanto, ele se apresenta de forma assintomática.
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Conforme o órgão, a mononucleose aguda é a principal manifestação clínica comprovada desse vírus. "A transmissão pode ocorrer por transfusão de derivados de sangue, mas mais frequentemente por meio do beijo entre uma pessoa não infectada e uma pessoa EBV-soropositiva assintomaticamente transmissora do vírus", explica o Manual MSD para Profissionais de Saúde.
Sintomas da infecção pelo vírus Epstein-Barr
Entre os sintomas mais comuns, a infecção causa febre, mal-estar, dor de garganta e cansaço. Segundo o mesmo manual, o período de incubação é de 30 a 50 dias, com a fadiga podendo se estender por meses, mas geralmente permanecendo por apenas duas semanas.
Em outros casos, o EBV crônico pode se manifestar, quando a imunidade baixa se torna recorrente. Como o vírus não vai embora, ele acaba sendo reativado nos casos em que o corpo apresenta essa diminuição dos anticorpos. Pode ter como sintomas a febre persistente, além do aumento do baço e do fígado.
Relação com a esclerose múltipla
Apesar da citação sobre o EBV e a esclerose múltipla no documentário, a realidade é que essa possível conexão ainda é estudada pela comunidade científica.
Na esclerose, que é uma doença rara, a cobertura protetiva dos neurônios, chamada bainha de mielina, é agredida pelo próprio sistema imune. Sem cura, o tratamento existe para atrasar a progressão da doença.
Um estudo encabeçado pela Universidade de Harvard, publicado em janeiro deste ano na Science, cita o EBV como um provável gatilho para a doença.
Dados analisados pelos pesquisadores teriam mostrado casos de pessoas com doença infectadas pelo EBV. Nesses casos, a esclerose teria se manifestado dez anos após o primeiro contato com o vírus.