Triglicerídeos: o que são, quais os riscos e como baixar

Os triglicerídeos são gorduras produzidas pelo fígado, mas que também estão presentes em alimentos como massas, pães e doces

Escrito por Luana Severo ,
Pão carioquinha sobre a mesa. Um copo de café atrás compondo o cenário.
Legenda: Pães são exemplos de alimentos ricos em carboidratos simples que colaboram para o aumento de triglicerídeos no sangue.
Foto: Shutterstock

Eles parecem vilões, mas são essenciais para o bom funcionamento do corpo. Os triglicerídeos são gorduras produzidas pelo fígado — e encontradas, também, em alimentos ricos em carboidratos — que garantem a reserva energética necessária para a execução de atividades cotidianas, especialmente as que dependem dos músculos.

Segundo especialistas, para que os triglicerídeos não sejam prejudiciais ao organismo, é importante gastá-los. Isso porque, acumulados, eles podem desencadear uma série de doenças e alterações metabólicas como esteatose hepática (que é o acúmulo de gordura no fígado), obesidade e patologias cardiovasculares.

“Triglicerídeos são importantes para o nosso corpo, mas devem ser mantidos em quantidade adequada”, pontua a nutricionista Sueli Oliveira*. De acordo com ela, para que os níveis de gordura na corrente sanguínea sejam considerados “normais”, eles devem permanecer abaixo de 150 ml/dL (milímetros por decilitro).

Ilustração mostra placas de gordura presentes na corrente sanguínea.
Legenda: Triglicerídeos são placas de gordura produzidas pelo próprio corpo.
Foto: Shutterstock

O que são triglicerídeos

Triglicerídeos são, basicamente, as principais gorduras presentes no corpo. São produzidos pelo fígado e circulam na corrente sanguínea, garantindo, principalmente, a saúde muscular. Todas as pessoas têm triglicerídeos no corpo.

Armazenados nas células adiposas, eles são, também, a reserva energética que garante a execução de tarefas diárias.

O que significa ter os triglicerídeos altos e baixos?

Embora sejam importantes, é preciso que os níveis de triglicerídeos do corpo sejam controlados. Quando eles se acumulam na corrente sanguínea, indicando níveis “altos”, podem causar doenças como esteatose hepática e outras patologias cardiovasculares.

Ilustração mostra como as placas de gordura estreitam uma veia.
Legenda: Taxas altas de triglicerídeos podem entupir veias e provocar doenças cardiovasculares.
Foto: Shutterstock

Contudo, quando estão muito abaixo do “normal” (150 ml/dL), podem indicar, por exemplo, má nutrição ou outras alterações metabólicas.

Alguns indivíduos, porém, mesmo os mais saudáveis, podem apresentar quadros constantes de triglicerídeos altos. Isso acontece, segundo a nutricionista Sueli Oliveira, por questões genéticas."Não dá para controlar", comenta a profissional.

O que faz aumentar?

O uso de alguns medicamentos como corticoides, anticoncepcionais, diuréticos e betabloqueadores pode aumentar significativamente a presença de triglicerídeos no corpo. Roacutan, usado no tratamento de acne, também.

Além disso, segundo Sueli Oliveira, algumas doenças também colaboram para elevar os índices de triglicerídeos no sangue, como, por exemplo, diabetes, hipotireoidismo, insuficiência renal crônica e obesidade.

Como estão presentes, ainda, em alimentos, especialmente os ricos em carboidratos simples, como bolos, pães, biscoitos, massas e sorvetes, uma alimentação inadequada também pode contribuir para o aumento desses níveis e, consequentemente, provocar doenças.

Sintomas

Geralmente, não há sintomas que indiquem que os triglicerídeos estão altos. Só é possível descobrir isso por meio de um exame.

Mas, em alguns casos, pacientes que apresentam exames com valores elevados podem apresentar nódulos ou placas amareladas nas mãos ou ao redor dos olhos, dos pés e nas articulações.  

Triglicerídeo alto: como baixar? É perigoso?

Já sabemos que, em níveis altos, os triglicerídeos podem ser prejudiciais para a saúde. Portanto, é preciso fazer exames de sangue com frequência para avaliar como eles estão e prevenir problemas.

Taxas altas podem indicar que algo está errado. Contudo, outros exames devem ser solicitados pelo seu médico até chegar a um diagnóstico.

Se for uma alteração "normal", provocada, às vezes, pelo consumo exagerado de alimentos gordurosos, o tratamento consiste em mudar hábitos, controlar a alimentação e não exagerar na ingestão de carboidratos simples. "Não precisa parar de comer, o que atrapalha é o excesso desses alimentos e o sedentarismo", diz Sueli Oliveira.

Mulher faz exercícios físicos ao ar livre.
Legenda: Atividade física diária é importante para "gastar" a reserva energética e evitar acúmulo de gordura no sangue.
Foto: Shutterstock

Além disso, a nutricionista recomenda a prática de atividade física e controlar, também, o consumo de álcool. "Existem casos em que só a mudança de hábitos causa a melhora. Já em outros, é necessário tratamento com medicamentos", diz.

*Sueli Oliveira é nutricionista, pós-graduada em nutrição, metabolismo e fisiologia do exercício. Seu foco é em emagrecimento, hipertrofia, performance no esporte e reeducação alimentar.

 

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