Suspeito de participar da Chacina de Ibicuitinga utilizava nome falso para trabalhar em fazenda
A Polícia Civil quer periciar dois celulares apreendidos com o suspeito, sendo que um deles estava crivado de uma munição de arma de fogo
Antônio Jonh Lennon de Araújo Pinheiro, de 33 anos, suspeito de participar da Chacina de Ibicuitinga, foi preso pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE) em uma fazenda, no Município de Limoeiro do Norte, na última segunda-feira (13), onde ele tentava se esconder, utilizando um nome falso. Quatro pessoas foram mortas na Chacina, dois dias antes da prisão.
Conforme documentos obtidos pelo Diário do Nordeste, os investigadores apuraram que um suspeito de participar da Chacina estaria em uma fazenda e se dirigiram ao local. Lá, eles foram recebidos pelo proprietário, que informou ter dado emprego e moradia há um mês para um homem identificado apenas como Jonivaldo e para a sua companheira, por indicação de um amigo.
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Os policiais tiveram a entrada permitida e foram até o quarto cedido pelo fazendeiro para o casal de funcionários. Entretando, o homem e a mulher não estavam lá. No local, os agentes de segurança apreenderam uma espingarda artesanal calibre 22, um carregador da arma e 35 munições.
A equipe policial decidiu aguardar e, horas depois, o casal apareceu. John Lennon foi identificado e preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, além de ter um mandado de prisão preventiva contra ele cumprido por um roubo, determinado pela Comarca de Alto Santo. A prisão em flagrante também foi convertida em prisão preventiva, pela Justiça Estadual.
O proprietário da fazenda afirmou à Polícia Civil que não desconfiava que o funcionário tinha envolvimento com crimes e revelou que ele e a companheiram "eram muito trabalhadores".
Questionado pela Delegacia Municipal de Limoeiro do Norte, John Lennon confessou que integrava uma facção cearense e que se mudou de Ibicuitinga com medo de ser morto, mas não falou sobre a Chacina.
Polícia quer periciar aparelhos celulares
A Polícia Civil também apreendeu dois aparelhos celulares, sendo que um deles estava crivado por uma munição de arma de fogo.
A Delegacia Municipal de Limoeiro do Norte pediu à Justiça Estadual pela quebra do sigilo telefônico, telemático e de informática dos aparelhos, na última terça-feira (14), para periciar o material e avançar na investigação sobre a Chacina de Ibicuitinga. Mas o pedido ainda não foi analisado pelo Poder Judiciário.
Outro suspeito também foi detido
No último domingo (12), outro integrante do grupo criminoso já havia sido preso em posse de uma pistola calibre 380. A partir dessa prisão — cujo suspeito não foi identificado para não comprometer o trabalho policial em curso — as equipes policiais passaram a entender a dinâmica do crime.
Ainda no dia da Chacina, duas motocicletas foram recuperadas por composições da Polícia Militar em um terreno na zona rural do Município. O uso dos veículos no crime segue em investigação.
Segundo as investigações preliminares, a motivação do crime seria a disputa entre grupos criminosos. No local onde ocorreu o fato, era mantido um bar. O local era frequentado por alguns criminosos e sediava o comércio de entorpecentes. Ainda conforme as apurações, Jonh Lennon desconfiava que uma das vítimas, uma mulher de 43 anos, estava repassando informações do grupo para outros criminosos. Ela seria a responsável pelo bar.
Os levantamentos policiais apontam ainda que um dos filhos da vítima de 43 anos seria integrante do mesmo grupo de Jonh Lennon, porém ele foi preso no fim do mês de janeiro, em uma operação da Polícia Civil. Na ocasião, Jonh Lennon conseguiu fugir da ação policial.
As vítimas da chacina são: Antônio Cláudio Sena dos Santos, de 44 anos; Maria Paixão Barbosa, de 43 anos; Francisco Antônio Silva Rodrigues, de 21 anos; e Maria Lorrana Barbosa, de 17 anos.
Maria Paixão era mãe de Maria Lorrana, sogra de Francisco Antônio e avó da criança de 3 anos baleada. Já Antônio Cláudio era esposo de Maria Paixão e padrasto de Maria Lorrana.