Professor de escolinha de futebol acusado de estuprar alunos em Sobral é condenado a mais de 400 anos de prisão
Neilson Gomes da Silva Melo não tem direito de recorrer em liberdade
A Justiça do Ceará condenou Neilton Gomes da Silva Melo, 38, a 414 anos e três meses de prisão por estuprar 15 crianças e adolescentes. Os crimes foram cometidos no ano passado, em Sobral, no Interior do Estado, onde Neilson trabalhava como professor de escolinha de futebol.
De acordo com o Tribunal de Justiça (TJCE), a decisão foi tomada no último 19 de dezembro pelo Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Sobral. As vítimas têm entre oito e 13 anos de idade.
Responsável pelo julgamento, o juiz Francisco Janailson Pereira Ludugero ressaltou que "de tudo quanto se trouxe de provas ao processo, é indubitável a materialidade do crime de estupro de vulnerável, extraindo-se tal ilação dos depoimentos dados em audiência de instruções conjugadas com as provas colhidas em inquérito". O magistrado também considerou os depoimentos das testemunhas foram "seguros, coerentes e convergentes".
Pela decisão judicial, o condenado não tem direito de recorrer em liberdade.
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Lembre o caso
Neilton foi preso em junho do ano passado. Ele foi capturado no Terminal Rodoviário Engenheiro João Thomé, em Fortaleza, tentando fugir para o Rio Grande do Norte.
Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), ele começou a dar aulas na escolinha de futebol do bairro Sinhá Sabóia, em Sobral, em junho de 2023, e se responsabilizava por buscar e deixar os alunos em suas residências.
"O agressor gostava de ser chamado de 'padrinho' e levava os meninos para passeios em shopping, banhos e até para a casa dele, onde cometia os atos de violência sexual", alegou o órgão, à época.
O Diário do Nordeste ouviu mães das vítimas. Uma delas relatou que o homem usava códigos para se comunicar com as crianças e dava "pontos em um ranking" enquanto as aliciava.
"As crianças disseram que ele agia falando no 'ponto p', que valia 10 pontos. Já o 'ponto ch' era para sexo oral, que valia 1 mil pontos. Tinha criança com 6 mil pontos", comentou. O sistema ainda oferecia prêmios em troca dos abusos, como celulares, bicicletas e lanches.
Na denúncia, o MP ressaltou, também, o nível de confiança que os pais e as mães das vítimas depositavam no profissional. "As mães confiavam no homem por ele ser professor da escolinha", afirmou.