Preso acusado de mandante de pistolagem

Escrito por Redação ,
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Um ano depois do assassinato do advogado criminalista e vereador do Município de Limoeiro do Norte, Lincoln Andrade Maia, 35 anos, vítima de um crime de pistolagem, a Polícia cearense capturou o homem apontado como mandante da execução. Antônio Nilton da Costa, 31 anos, o ‘Niltinho’, natural de Mossoró (RN), chegou, na madrugada de ontem a Fortaleza, escoltado pelo próprio superintendente da Polícia Civil, José Nival Freire, e por inspetores do Departamento de Inteligência Policial (DIP). Ele foi localizado na cidade de Serra, na Região Metropolitana de Vitória, Espírito Santo.

O acusado foi preso depois de uma intensa investigação feita, em sigilo, pela equipe da Delegacia Regional de Russas, com o apoio do DIP, e ainda a participação da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Vitória. ‘Niltinho’ teve prisão preventiva decretada pela Justiça a pedido do delegado regional de Russas, Agenor Freitas de Queiroz, que está presidindo o inquérito sobre o crime.

MISTÉRIO - O assassinato do advogado teve ampla repercussão no Ceará e, especialmente, na região do Vale do Jaguaribe, onde ele era bastante conhecido. Na manhã do dia 6 de novembro de 2005, por volta de 9h30min, o advogado e político foi baleado no portão de sua casa, no Centro de Limoeiro do Norte. O tiro atingiu o pescoço de Lincoln, que foi trazido - em estado grave -, para a Capital. No dia seguinte ele morreu no Hospital Geral de Fortaleza (HGF). Desde então, um mistério envolveu o caso.

As primeiras hipóteses levantadas pela Polícia, e comentadas naquela cidade, apontavam para um crime político ou uma vingança pela atuação do advogado em processos criminais. Mas, no decorrer das investigações, o real motivo, conforme a Polícia, veio à tona. Um crime passional. Lincoln e ‘Niltinho’ tinham um caso com a mesma mulher, a jovem M.F.S. (identidade preservada). A disputa dos dois homens pela mesma namorada gerou uma rixa e culminou no assassinato.

ENVOLVIDO - Segundo o delegado Agenor Queiroz, além de ‘Niltinho’, tido como o mandante do crime, um sobrinho dele participou da trama. Trata-se de José Edmar Mendes, o ‘Gó’, que também teve prisão preventiva decretada pela Justiça e já está recolhido à Cadeia Pública de Limoeiro do Norte. “Ainda não identificamos o pistoleiro que matou o advogado, mas isto acontecerá no decorrer da investigação”, prometeu.

O superintendente da Polícia Civil explicou que a família de Lincoln, seu amigos, lideranças políticas da Região do Vale do Jaguaribe e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), vinham clamando por Justiça, mobilizando seus representantes para impedir que o caso caísse na impunidade. Documentos neste sentido foram encaminhados para diversas autoridades e órgãos do Judiciário. O próprio governador Lúcio Alcântara foi procurado pela família da vítima, pedindo providências.

O inquérito que estava sendo feito pela delegacia de Limoeiro do Norte foi avocado pelo superintendente e redistribuído para a Regional de Russas, onde o delegado Agenor Queiroz aprofundou a apuração e elucidou o caso. A trama criminosa foi iniciada bem antes da execução da vítima, quando ‘Niltinho’ se mudou para Vitória.

Com a morte do advogado, o acusado levou a jovem para o Espírito Santo, onde os dois passaram a conviver. A Polícia suspeita que o pistoleiro tenha sido contratado noutro Estado. Ao ser apresentado à Imprensa, ontem, na Superintendência da Polícia Civil, ‘Niltinho’ se limitou a alegar inocência e até chorou diante das câmeras e repórteres.

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