Família de líder de facção morto com 'terço de ouro nas mãos' consegue reaver objeto 4 anos depois

O objeto era usado por Fabiano Alves de Sousa, o 'Paca', assassinado em uma reserva indígena do município de Aquiraz

Escrito por Redação , seguranca@svm.com.br
gege e paca
Legenda: Dez pessoas são acusadas por participação no duplo homicídio que vitimou 'Gegê do Mangue' e 'Paca'
Foto: Reprodução

Passados mais de quatro anos do duplo homicídio de Fabiano Alves de Sousa, o 'Paca' e Rogério Jeremias de Simone, conhecido como 'Gegê do Mangue', a Justiça decidiu atender ao pedido da família de uma das vítimas e devolver um objeto pessoal encontrado junto a um dos corpos.

Filhos e esposa do 'Paca' alegaram que o objeto tem 'valor sentimental' e conseguiram reaver um cordão de ouro. O colegiado de magistrados da Vara Única Criminal de Aquiraz entendeu que o bem apreendido durante a investigação do crime não possui relevância ao processo.

O cordão de ouro se trata de um terço, feito de bolinhas douradas e pretas. Consta nos autos que ele foi encontrado na mão de Fabiano Alves de Sousa, quando o corpo da vítima foi localizado em uma reserva indígena, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

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O Ministério Público do Ceará (MPCE) chegou a se posicionar desfavorável ao pedido, alegando "ausência de comprovação de propriedade legítima e lícita". A família conseguiu comprovar que o item se tratava de um presente dos filhos a Fabiano, com documentação que comprovasse a legitimidade e interesse dos requerentes.

A informação é que quando assassinados, ambos estavam com objetos de alto valor, como relógios, braceletes.

Em 2018, a família de 'Paca' já tinha pedido devolução do terço e de uma aliança de ouro. No mesmo ano, a Justiça decidiu devolver a aliança, mas negou entregar o cordão.

ATENTADO CINEMATOGRÁFICO

Gegê e Paca foram assassinados por membros da própria facção, em 2018. O crime se tratou de um atentado cinematográfico, com uso de um helicóptero. Conforme a investigação, a dupla foi executada porque vinha lavando dinheiro da facção no Ceará, com a compra de bens luxuosos.

Dez pessoas são rés na Justiça Estadual por participação nos homicídios. Seis delas estão presas; o piloto Felipe Ramos Morais chegou a ser detido e depois foi solto por decisão do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE); e três acusados continuam foragidos.

O processo criminal está na fase de instrução. Pelo menos quatro audiências já foram realizadas, com a oitiva de 19 pessoas (entre réus e testemunhas). As próximas audiências estão marcadas para os dias 18 e 19 de agosto deste ano, quando serão interrogados os réus Ronaldo Pereira Costa e Gilberto Aparecido dos Santos, respectivamente, por videoconferência.

Confira o nome dos acusados e a situação:

  1. André Luís da Costa Lopes, o 'Andrezinho da Baixada', preso em São Paulo em outubro de 2019;
  2. Carlenilton Pereira Maltas, o 'Ceará', preso em Sergipe em abril de 2019;
  3. Erick Machado Santos, o 'Neguinho Rick da Baixada', foragido;
  4. Felipe Ramos Morais, preso em Goiás em maio de 2018 e solto pelo TJCE em abril de 2021;
  5. Gilberto Aparecido dos Santos, o 'Fuminho', preso em Moçambique em abril de 2020;
  6. Jefte Ferreira Santos, preso em São Paulo em janeiro de 2019;
  7. Maria Jussara da Conceição Ferreira Santos (mãe de Jefte Santos), foragida;
  8. Renato Oliveira Mota, foragido;
  9. Ronaldo Pereira Costa, preso em Santa Catarina;
  10. Tiago Lourenço de Sá de Lima, o 'Tiririca', preso em São Paulo em agosto de 2021.
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