Túmulos do século XIX estão desaparecendo
Escrito por
Redação
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Sobral. A situação dos cemitérios desta cidade não é diferente das demais encontradas pelo País afora. Em Sobral, existem cinco campos santos, dois de empresas particulares, dois públicos (administrados pela Prefeitura Municipal) e um outro de responsabilidade da Diocese deste município. O cemitério Santa Marta, administrado pela Diocese, é o que se mostra em situação de descaso total. Lá, o mato toma conta o ano inteiro e a limpeza dos túmulos acontece por conta das famílias que tem um ente querido sepultado lá.
A Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Splan), responsável pela manutenção dos cemitérios públicos, realiza periodicamente serviços de limpeza, desmatamento e pintura em todos os cemitérios de Sobral, num total de 24, entre sede e distritos. Os cemitérios São José, no Centro, e São Francisco, no bairro do Junco, considerados os principais da cidade, recebem, de acordo com o órgão, melhorias na parte de iluminação, pintura de muros e capelas, permitindo que as visitas possam ser realizadas também no período noturno.
A limpeza, segundo a Prefeitura, tem se estendido ao cemitério Santa Marta, localizado no bairro Sinhá Sabóia, mesmo sendo este pertencente à Diocese de Sobral.
No São José, o cemitério mais tradicional da cidade, uma equipe da Prefeitura presta informações aos visitantes, auxiliando na localização de jazigos de todas as pessoas ali sepultadas. Além das obras de limpeza, pintura e iluminação, a Prefeitura construiu dois banheiros para atender aos visitantes do cemitério São José. O mesmo acontece no cemitério São Francisco.
Houve um tempo em que os mortos conviviam muito bem com os vivos. As sepulturas ficavam no interior das igrejas e nos seus arredores, e os enterros eram realizados com muita pompa. Hoje, a prática mostra que as pessoas querem a morte bem longe de nossas vidas. Tanto que pouca gente se preocupa com a preservação dos velhos jazigos. A cidade de Sobral, no Ceará, é um exemplo desse descaso: os túmulos do século XIX estão sumindo do Cemitério de São Francisco.
Em Sobral, conta a história, aconteceu um surto de febre amarela que se alastrou pela cidade, em 1851. Em pouco tempo, a Câmara Municipal autorizou a construção do primeiro campo santo, pois a realização de enterros em igrejas e arredores aumentavam o risco de contaminação. Inaugurado em 1857, o Cemitério de São José, como ficou conhecido, passou a abrigar os corpos dos moradores mais ilustres e também os das vítimas da febre amarela. Só que os administradores locais acreditavam que a população ficaria mais protegida se os mortos vitimados pela doença fossem enterrados fora do perímetro urbano. Por isso, um novo cemitério, chamado de São Francisco, foi instalado numa área mais afastada da cidade.
Com o tempo, isso passou a ser entendido como: no São José são enterrados os que podem arcar com um túmulo, ou seja, "os ricos"; e no São Francisco, "os pobres". Até aí, pouco difere das cidades que têm dois cemitérios, um para cada classe social. Mas, em Sobral, quase nada restou dos túmulos do cemitério São Francisco.
Mais informações
Secretaria do Planejamento e
Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente
Rua Viriato de Medeiros, Centro
(88) 3677.1180
WILSON GOMES
COLABORADOR
A Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Splan), responsável pela manutenção dos cemitérios públicos, realiza periodicamente serviços de limpeza, desmatamento e pintura em todos os cemitérios de Sobral, num total de 24, entre sede e distritos. Os cemitérios São José, no Centro, e São Francisco, no bairro do Junco, considerados os principais da cidade, recebem, de acordo com o órgão, melhorias na parte de iluminação, pintura de muros e capelas, permitindo que as visitas possam ser realizadas também no período noturno.
A limpeza, segundo a Prefeitura, tem se estendido ao cemitério Santa Marta, localizado no bairro Sinhá Sabóia, mesmo sendo este pertencente à Diocese de Sobral.
No São José, o cemitério mais tradicional da cidade, uma equipe da Prefeitura presta informações aos visitantes, auxiliando na localização de jazigos de todas as pessoas ali sepultadas. Além das obras de limpeza, pintura e iluminação, a Prefeitura construiu dois banheiros para atender aos visitantes do cemitério São José. O mesmo acontece no cemitério São Francisco.
Houve um tempo em que os mortos conviviam muito bem com os vivos. As sepulturas ficavam no interior das igrejas e nos seus arredores, e os enterros eram realizados com muita pompa. Hoje, a prática mostra que as pessoas querem a morte bem longe de nossas vidas. Tanto que pouca gente se preocupa com a preservação dos velhos jazigos. A cidade de Sobral, no Ceará, é um exemplo desse descaso: os túmulos do século XIX estão sumindo do Cemitério de São Francisco.
Em Sobral, conta a história, aconteceu um surto de febre amarela que se alastrou pela cidade, em 1851. Em pouco tempo, a Câmara Municipal autorizou a construção do primeiro campo santo, pois a realização de enterros em igrejas e arredores aumentavam o risco de contaminação. Inaugurado em 1857, o Cemitério de São José, como ficou conhecido, passou a abrigar os corpos dos moradores mais ilustres e também os das vítimas da febre amarela. Só que os administradores locais acreditavam que a população ficaria mais protegida se os mortos vitimados pela doença fossem enterrados fora do perímetro urbano. Por isso, um novo cemitério, chamado de São Francisco, foi instalado numa área mais afastada da cidade.
Com o tempo, isso passou a ser entendido como: no São José são enterrados os que podem arcar com um túmulo, ou seja, "os ricos"; e no São Francisco, "os pobres". Até aí, pouco difere das cidades que têm dois cemitérios, um para cada classe social. Mas, em Sobral, quase nada restou dos túmulos do cemitério São Francisco.
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