Projeto resgata memórias e histórias de bairros e distritos

Escrito por Redação ,
"Inhamuns: Identidade e Preservação Patrimonial" também aconteceu nas ciades de Arneiroz e Parambu

Tauá. Durante o ano de 2013 os bairros e localidades deste município foram mobilizados com a realização do projeto "Inhamuns: Identidade e Preservação Patrimonial", realizado pela Fundação Bernardo Feitosa. O trabalho também aconteceu nos municípios de Arneiroz e Parambu.

Registro cultural das localidades é preservado, também, em exposições FOTO: SILVANIA CLAUDINO

Alunos, professores, lideranças comunitárias e religiosas, moradores dos bairros e distritos (no caso da zona rural) se uniram em torno do projeto e fizeram importantes resgates da história local e regional, a partir da memória das famílias e comunidades. Várias atividades foram realizadas no município, como oficinas, palestras, eventos religiosos, comunitários e exposições, resgatando e revelando para a comunidade, especialmente as novas gerações, fatos e acontecimentos relevantes da região.

Tendo como proposta principal disseminar a cultura e os valores da região dos Inhamuns, a iniciativa visa, ainda, formar multiplicadores da cultura, especialmente professores. Mas também se volta para outros grupos e lideranças comunitárias, como artesãos, radialistas, profissionais de cultura e de educação e principalmente estudantes, no sentido de formar uma consciência identificada com os valores regionais. A meta é preservar a memória regional.

Para a execução do projeto, a Fundação Bernardo Feitosa conta com o apoio do Governo do Estado do Ceará, Prefeitura Municipal de Tauá e Coelce. A Fundação tem 21 anos de existência, atua principalmente na região dos Inhamuns, tendo como principal missão resgatar e preservar a memória do patrimônio cultural como fonte para o conhecimento histórico.

Segundo a professora Salete Alves, uma das coordenadoras do projeto, a iniciativa surgiu da necessidade de se trabalhar medidas de conscientização da importância do Patrimônio Cultural, na formação de agentes multiplicadores no seio da sociedade. Bairro Alto Brilhante, Escola Lili Feitosa, Escola Cantinho do Saber, na festa da padroeira do município (Nossa Senhora do Rosário), entre outras comunidades urbanas participaram de oficinas, exposições, eventos e outras atividades executadas dentro do projeto. Os moradores de Marrecas, Trici, Carrapateiras, Barra Nova, Marruás e Santa Tereza receberam e participaram das atividades do projeto em suas comunidades (escolas, igrejas, associações, praças).

As primeiras oficinas foram ministradas na cidade de Tauá e no distrito de Marrecas, com duração de três dias. Na ocasião, os objetos identificados durante os três dias de discussões nas oficinas foram catalogadas para realização de uma exposição aberta. "O público das oficinas foi bem diversificado, além dos professores e grupos específicos, contamos com a presença de jovens estudantes, universitários, agricultores, que por meio do trabalho de animação sócio cultural foram sensibilizados a identificar na prática, objetos ou tudo aquilo que eles considerem que tenham um valor histórico cultural", destaca a professora.

Segundo o projeto, o patrimônio cultural pode ser encontrado em formas de criações científicas, expressões artísticas, inventos tecnológicos, objetos, documentos, edificações, conjuntos urbanos, sítios de valor, bem como achados arqueológicos, paleontológicos, ecológicos e científicos.

Fotografias

No bairro Alto Brilhante, por exemplo, com a facilitadora Olga Paiva e a professora Salete, 60 pessoas da comunidade trabalharam a história, a memória e a identidade dos moradores do Bairro Alto Brilhante em uma oficina. Daí foi programada a exposição "O Brilho do Alto". Por meio de levantamento de dados sobre a formação do bairro e a visita às famílias e entidades da área, o grupo recolheu 150 fotografias antigas de famílias que residiram e residem no bairro, além de 64 objetos antigos que pertenceram e pertencem a diversos moradores.

A oficina realizada pelo projeto na Escola João Casimiro de Oliveira, situada na comunidade de Poço da Onça, Distrito de Carrapateiras contou com a participação de alunos, professores e funcionários da Escola, bem como integrantes da comunidade, e como resultado está sendo constituída a "Casa da Memória Cultural de Carrapateiras", em edificação alugada pela Prefeitura Municipal de Tauá.

Conta, atualmente, com 61 objetos doados pelos moradores e, está em andamento a catalogação dos objetos pelos integrantes do grupo.

Mais informações:

Fundação Bernardo Feitosa - Praça José Gonçalves de Oliveira, S/N - bairro Luís Antônio - Tauá/CE - Telefone: (88) 3437.2115

SILVANIA CLAUDINO
REPÓRTER