Livro conta a história de Crateús

Escrito por Redação ,
Legenda: O livro foi escrito pelos 30 membros da Academia de Letras de Crateús, que construíram um retrato não cronológico da história da cidade
Foto: Silvania Claudino
De autoria da Academia de Letras do Município, a publicação reúne contos, artigos e poemas a respeito da cidade

Crateús Em 404 páginas, a Academia de Letras de Crateús (ALC) presenteia a cidade por ocasião de seu centenário, comemorado em 15 de novembro de 2011, com o livro "Crateús: 100 anos". A obra, escrita a muitas mãos - pelos 30 membros da ALC - conta a história dessa cidade centenária com um diferencial das obras dessa envergadura: o fato de relatar a história de forma não cronológica. Por meio de artigos, contos, memórias e poesias, o leitor pode abrir o livro em qualquer página, seja no início, meio ou fim, e terá a oportunidade de conhecer a história de Crateús, contada pelos acadêmicos, que fizeram sua escolha literária de acordo com a sua identificação e estilo. Nos próximos meses, a obra será lançada em Fortaleza e Brasília.

"São enfocados fatos que, por si, contam a história. Elegemos os marcos importantes, após inúmeras reuniões e cada acadêmico escolheu sua opção e forma para contribuir com a obra. Foi realmente uma construção coletiva", explica Karla Gomes, secretária da Academia.

Apesar de ser definido como um presente para a cidade, de acordo com a própria ALC, o livro não se prende somente às comemorações do centenário. A publicação servirá de guia de consulta para as próximas gerações. "Trata-se de um trabalho de conotação histórica. Sua publicação e leitura não se prendem tão somente às comemorações do Centenário de Crateús", expressa o escritor e membro da ALC, padre Geraldinho.

Elias de França, presidente da entidade, ressalta o caráter histórico e memorialista do livro, além da visão da ALC em reconhecer a importância de registrar a data e os fatos para a posteridade. "A ALC, por seu turno, desde o início se mostrou desperta para uma passagem de centenário que não se encerrasse no dia 15 de novembro e nem no Revéillon 2012".

A dificuldade de obter informações sobre a história do Município é analisada pela ALC, que destaca o déficit de conhecimento histórico-antropológico acerca de Crateús. Alguns membros foram às cidades de Oeiras e Teresina, no Piauí, em busca de fontes e vestígios. Encontraram poucos e envelhecidos registros cartoriais e administrativos da Vila Príncipe Imperial, antiga denominação de Crateús.

"O nosso Município centenário é estabelecido às margens do Rio Poti, cujo vale já pertenceu ao Estado do Piauí, desde a nascente, na Serra da Joaninha, até o alto da Chapada da Ibiapaba, transferido para o Estado do Ceará, em troca de área litorânea do porto de Amarração, mudança que deu causa a um secular litígio entre as duas federações envolvidas, com muitas consequências, especialmente para os moradores das áreas disputadas. As memórias socioculturais de sua composição demográfica anterior e seus respectivos hábitos e costumes, naturalmente, foram ficando no esquecimento, em face da ação histórica dos novos ocupantes e seu fluxo de relações", frisa o presidente.

Por essas questões, a ALC define a obra como "um grande mosaico de visões e impressões sobre a história do nosso povo, montado sob olhares e estilos literários os mais diversos", de acordo com França.

Capítulos

Dividido em quatro capítulos, a publicação traz das origens da cidade às expectativas de futuro, passando pelo enfoque do centenário. No primeiro capítulo, aborda as nascentes geográficas dos Sertões de Crateús, bem como o vale do Rio Poti e seus primeiros moradores. O segundo capítulo enfoca Crateús já em sua condição de cidade. Mostra os distritos, terras, direito e justiça, além de bases religiosas. O terceiro capítulo é dedicado à cultura, patrimônio e educação, destacando os escribas da terrinha, manifestações folclóricas, politização e ensino superior.

No último capítulo, são apontados os marcos históricos dos 100 anos de Crateús: a chegada do trem, passagem da Coluna Prestes, a prisão da santa, a chegada do Batalhão de Construção, a Igreja Popular de dom Fragoso e outros fatos marcantes.

Silvania Claudino
Repórter