Idosa está imunizada contra a Covid mesmo com vacinas diferentes, diz secretária da Saúde de Umirim

A gestão chegou a agendar uma terceira dose para a idosa, mas voltou atrás e disse que as duas doses já a imunizaram

Escrito por Redação ,
Cartão de vacinação contra a covid-19
Legenda: Idosa recebeu duas doses da vacina contra a Covid-19 produzidas por laboratórios diferentes
Foto: VCrepórter

Embora tenha aplicado duas doses de vacinas diferentes contra a Covid-19 em uma idosa de 84 anos, a Secretaria Municipal de Saúde de Umirim informou aos familiares que Isaura Moura Peixoto de Sousa está imunizada. Dessa forma, a Pasta suspendeu a terceira dose que havia agendado para a mulher depois de identificar o erro. 

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Conforme mostrado pelo Diário do Nordeste, a idosa recebeu a segunda dose do imunobiológico produzido pelo Instituto Butantan/Sinovac nessa quarta-feira (7), diferente do dia 27 de janeiro, quando ela teve a primeira dose de AstraZeneca/Oxford. 

Após perceber o erro, a solução imediata da equipe de saúde foi entregar um novo cartão e orientar que a senhora aguardasse uma nova data para receber a terceira dose.

Mudança de protocolo

No entanto, horas depois de ter garantido a última dose, a idosa foi novamente procurada por uma equipe de saúde do município, que voltou atrás e comunicou aos familiares que a mulher já estaria imunizada, mesmo com as doses produzidas por laboratórios diferentes.

"A coordenadora e duas enfermeiras foram à casa da minha avó e repassaram essa informação com base em uma nota técnica. Elas confirmaram que minha avó está imune a despeito das duas serem fabricadas por laboratórios diferentes”, alega o advogado Matheus Amaro, neto de Isaura.

O documento a que ele se refere, cujo título é "Orientações referentes aos erros de imunização relacionadas às vacinas Covid-19", foi assinado pelo Ministério da Saúde e divulgado no último dia 3 de março.

A nota informativa cita como falhas de imunização o "extravasamento durante a administração", "vacinação de menores de 18 anos", "intervalo inadequado entre as doses dos esquemas propostos" e "administração inadvertida por via subcutânea".

'Imunização concluída'

Para o caso específico da idosa, que ultrapassou mais de dois meses entre uma dose e outra, não há orientação no texto da Pasta. 

"Em casos nos quais o indivíduo tenha recebido a primeira dose de vacina COVID-19 de um produtor (fabricante) e com menos de 14 dias venha receber uma segunda dose de vacina Covid-19 de outro produtor (fabricante), a segunda dose deverá ser desconsiderada e reagendada uma segunda dose conforme intervalo indicado da primeira vacina Covid-19 recebida", explica o documento.

Ainda assim, a Secretaria de Saúde de Umirim enviou nota e pontuou: “entende-se que se o aprazamento entre a primeira dose e a segunda dose seja superior a 14 dias, independente do fabricante, a imunização está concluída”.

“Queremos esclarecer que houve um equívoco realmente na aplicação da segunda dose, mas que esse não põe em risco a integridade da senhora que recebera a dose”, ponderou o comunicado.

Ainda conforme a nota, a gestão municipal está à disposição da família de Isaura para maiores esclarecimentos. “Deixamos aqui nossas desculpas pelo transtorno gerado e asseguramos a validação da imunização sem danos além dos já previstos em toda e qualquer imunização”, reforçou. 

A coordenadora de atenção primária à saúde de Umirim, Karol Silton, reforça a informação dizendo que a secretaria teve base técnica para a decisão.

"A secretaria não desenvolve nada sozinha, necessita de respaldo da nossa regional de saúde e do Estado. Estamos direto em conversação com esses órgãos orientadores. Estamos em um momento novo com a Covid, com notas técnicas frequentemente lançadas. Nosso trabalho é atualizado diariamente e a última orientação que tivemos é que a paciente, com base no tempo de abrasamento e independentemente de laboratório, está com seu esquema de imunização completo", afirma. 

Para Matheus Amaro, contudo, a falta de alinhamento nas informações técnicas ainda é motivo de insegurança. “A família se sente prejudicada e receosa porque nós perdemos o patriarca, esposo da minha avó, há dois meses, e não queremos perdê-la”. 

 






 

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