Hospital de Crateús chega a 200 pacientes recuperados da Covid-19
O comerciante José Valci Araújo Silva, de 64 anos, ficou internado por cinco dias. Ao sair do hospital, recebeu uma placa em homenagem a todos os pacientes recuperados
O Hospital São Lucas, em Crateús, celebrou ontem (22), a recuperação de seu paciente de número 200 da sua ala de Covid-19. Com direito a placa, o comerciante José Valci Araújo Silva, de 64 anos, deixou a unidade de saúde sob aplausos de toda sua equipe de profissionais, após cinco dias internado no leito clínico.
“A saudade que eu tava da minha família era grande. Muito difícil ver tanta gente doente, algumas pessoas morrendo. Fico nervoso. A saída do hospital foi muito emocionante, não esperava”, conta Valci. A emoção foi ainda maior, porque o comerciante além de ter idade acima de 60 anos, é hipertenso. “Senti um pouco de cansaço, tive os outros sintomas, mas fui bem cuidado, bem acolhido”, ressalta.
O diretor técnico do Hospital São Lucas, o médico João Victor Melo, comemorou a marca já que desde o início da pandemia foram muitas dificuldades encontradas. “É uma felicidade muito grande, porque nossa região é muito carente de profissionais de saúde. A gente se sacrifica. Os médicos estão praticamente morando no hospital”, desabafa.
O momento em que um paciente recebe alta é o mais emocionante, segundo o médico, porque cria-se um vínculo entre os profissionais da saúde, as pessoas em tratamento hospitalar e sua família. “Grande parte chega a ficou entubado, então é uma alegria. É bem importante para nós e dá um ânimo para enfrentar uma rotina tão pesada”, completa.
No início da pandemia, os pacientes mais graves de Crateús tinham que ser levados até Sobral, a 216 quilômetros de distância, porque o Município não contava com leitos de unidade de terapia intensiva (UTI). Em abril, 10 vagas foram abertas e supriu a demanda da cidade e outros 11 municípios vizinhos.
A unidade conta ainda com 51 leitos de enfermaria e cinco leitos semi-intensivos. “A nossa demanda de enfermaria nunca chegou a lotar, ficou entre 70% a 80%. A UTI tinha diminuído. O maior pico foi em maio, mas percebeu nos últimos dias voltou a crescer e fica entre 80% até 100%. A gente fica aflito, mas dispõe de respiradores fora da UTI na unidade semi-intensiva. Graças a Deus, ninguém ficou sem assistência”, ressalta João. O Hospital São Lucas está sendo estruturado para abrir mais dez leitos de UTI.
“A gente não precisou mais referenciar para Sobral. Pelo contrário, recebeu pacientes de lá e também de Bela Cruz, Marco, Camocim, cidades mais distantes, justamente por falta de leito no Hospital Regional Norte. A gente pode ajudar”, completa o médico.