Fogo em vegetação seca da Lagoa da Bastiana afeta moradores em Iguatu; veja riscos ao inalar fumaça
Os bombeiros registram, em média, cinco ocorrências de queimadas por dia em vegetação entre setembro e dezembro de cada ano, no município de Iguatu
Nesse período do ano, parte da Lagoa da Bastiana (área de preservação ambiental permanente), no entorno da cidade de Iguatu, na região Centro-Sul cearense, fica com a vegetação e o solo secos. Resultado: ocorrem incêndios na mata, que trazem transtornos para os moradores dos bairros próximos. O vento transporta fumaça e fuligem. Foi o que ocorreu na noite deste domingo (17). O fogo que começou ontem se estendeu até o fim desta segunda-feira (18).
Na tarde do domingo, uma equipe do Corpo de Bombeiros Militar de Iguatu foi ao local e trabalhou até o início da noite para debelar os focos de incêndio na vegetação seca da Lagoa da Bastiana. Nesta manhã, surgiram novos pontos e os bombeiros voltaram ao local.
Em meio a tantos incêndios em vegetação nessa época do ano, os focos que ocorrem no leito seco da lagoa se destacam pela quantidade excessiva em um mesmo local, sem nenhuma denúncia sobre autoria. Sem o apoio de moradores, nosso trabalho se torna inócuo”
Os bombeiros registram, em média, cinco ocorrências de queimadas por dia em vegetação entre setembro e dezembro de cada ano, no município de Iguatu.
Incômodo causado pela fumaça
A fumaça no fim da tarde e na noite deste domingo incomodou os moradores. A chegada do vento denominado Aracati, por volta das 21 horas, contribuiu para espalhar fuligem sobre as casas e ruas. “Já varri essa área duas vezes, ontem à noite e hoje pela manhã, mas voltou a sujar novamente”, reclamou a empresária, Danielle Alves.
A dona de casa Marlene Costa contou que teve dificuldades para dormir. “Além do calor insuportável que fez ontem, veio a fumaça, que irrita o nariz e a garganta”, contou.
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A lagoa da Bastiana, em Iguatu, é dividida ao meio pela rodovia CE – 060, trecho urbano da Avenida Perimetral. Na margem esquerda, no sentido Sul – Norte, há acúmulo de água ao longo do ano, mas no outro lado, que fica próximo ao centro urbano, o solo e a vegetação secam, favorecendo a ocorrência de incêndios que, segundo os ombeiros decorrem da ação humana, ateados de forma criminosa.
Quem é sensível ou alérgico a fumaça, sofre nesse período do ano com as queimadas que ocorrem no entorno da cidade, espalhando fuligem e poluindo o ar sobre a área urbana.
O Hospital Regional de Iguatu não registrou atendimento ontem no setor de emergência de pessoas com sintomas de crise respiratória por queixa decorrente da fumaça, mas ao longo do segundo semestre, quando ocorrem mais queimadas, a direção frisou que é comum a entrada de pacientes com sintomatologia de dor na garganta, tosse, irritação nos olhos e dificuldades de respiração.
Os riscos que inalar fumaça causam à saúde
Os médicos observam que a saúde humana é afetada pelas queimadas porque a fumaça proveniente dela contém diversos elementos tóxicos – monóxido e dióxido de carbono.
Inalar fumaça desencadeia um processo inflamatório que afeta o coração e o pulmão, e a gravidade depende do tempo e quantidade de exposição"
As consequências da inalação de fumaça provenientes de queimadas, segundo Silva, são dor e ardência na garganta, tosse seca, cansaço, dificuldade para respirar, dor de cabeça, rouquidão e lacrimejamento e vermelhidão nos olhos.
O médico reforçou que os sintomas “variam de pessoa para pessoa e dependem do tempo de contato com a fumaça, afetando mais as vias respiratórias”.
Doenças como rinite alérgica, asma e bronquite são agravadas, afetando mais crianças e idosos. "São pessoas mais sensíveis e, por isso, sofrem mais".