Exposições de cães do KCEC terão participação especial de handlers

Profissionais que preparam e conduzem os cães nas pistas revelam talento nas provas de cinofilia
Fortaleza. Um grande show de talentos poderá ser visto no próximo domingo, dia 1º, no Centro de Eventos, nesta Capital, durante as exposições do Kennel Clube do Estado do Ceará (KCEC). A partir das 9h, cerca de 270 cães de alta linhagem estarão sendo avaliados por juízes de referência nacional e internacional. Mas não só isso. As competições cinófilas reservam uma atração a mais.
Wladyr Uchoa estará nas provas apresentando cerca de 15 cães como o Beagle, entre outras raças. Ele atua há 25 anos, com experiências em São Paulo, Rio de Janeiro e Estados Unidos fotos: Nilton Novaes / Jean Carnib apresenta o Fila Brasileiro como raça principal, mas também estará com cães de outros grupos. Diz que tem orgulho da cinofilia cearense, pelo profissionalismo do Kennel Clube do Estado
Trata-se do espetáculo de competência dos handlers, profissionais que preparam os cães para as provas, e os conduzem nas pistas. Eles têm participação direta no bom desempenho do animal perante os juízes, e podem contribuir, decisivamente, para a classificação e vitória do exemplar. No Ceará, três nomes são expoentes: os handlers Wladyr Uchoa, Jean Carnib e Pablo Henrique Studart.
O presidente do KCEC, Roberto Claudio Frota Bezerra, acredita que o número de cães em pista deve superar a quantidade do último evento, em setembro passado. "A nossa previsão de 270 cães é um pouco acima da nossa última exposição e maior que todas já realizadas neste ano de 2013 nas regiões Norte e Nordeste", comemora ele.
Na sua avaliação, a cinofilia cearense prossegue em fase ascendente. "Confirmamos o aumento continuado de registro de cães de raça pura, participação maciça de nossos criadores nas exposições, com vinda cada vez mais intensa de expositores coirmãos de outros Estados, o nível de organização e profissionalismo de nossos dirigentes durante as exposições, o esforço coletivo dos cinófilos cearenses, entre criadores, expositores, handlers e dirigentes para o desenvolvimento da nossa cinofilia", afirma.
As exposições de domingo terão como árbitros Osvaldo Raspa e Teresa Serantes (ambos da Argentina), e os brasileiros Flávio Carvalho Ramos, Jayme Martinelli, José Alberto Thiers e Sebastião Guimarães Filho. Na reserva, o juiz Gutenberg Vilar.
Trabalho técnico
Sobre o papel do handler no evento, o presidente do KCEC confirma a importância dos profissionais. "É fundamental. Isto porque os handlers conhecem bem os regulamentos das exposições, as técnicas de apresentação, o processo de preparação dos cães e as etapas sequenciais de julgamento (classe, raças, grupos e finais). O sucesso no transcorrer de uma exposição depende da cooperação desses profissionais, seguindo as normas da Superintendência e acatando as determinações do árbitro, que se constitui na figura central da Exposição", afirma.
Criador de cão desde a infância, o handler Wladyr Uchoa atua profissionalmente há 25 anos, apresentando as raças Boxer, Fila brasileiro, Fox Terrier, Beagle, Cocker Spaniel Inglês, Golden Retriever e Bulldog Francês, entre os principais.
"Em 1989, sempre buscava informações com os profissionais que já estavam em atividade. Em 1994, fui trabalhar com dois grandes profissionais em São Paulo, Flávio Werneck e Marcelo Chagas. Com eles aprendi grande parte do que sei. Após um período de 15 meses, retornei a Fortaleza", conta Wladyr, que reúne um currículo extenso na atividade.
"Logo em seguida recebi um convite para gerenciar e apresentar os cães do canil Lóriga Boxers em Itaipava, no Rio de Janeiro. Fui e fiquei mais 6 meses longe de casa. Depois desse período, retornei de vez a Fortaleza, onde trabalho até hoje. Sempre viajo aos grandes centros do Brasil e para os Estados Unidos para participar de eventos e adquirir novos conhecimentos", afirma ele, para explicar como é a sua formação numa área que ainda não oferece cursos formais.
Outro handler de referência, Jean Carnib é profissional há 9 anos, mas está na cinofilia apresentando os próprios cães e de amigos há cerca de 18 anos. Trabalha com o Fila Brasileiro, como principal raça, mas também desfila com Golden Retriever, Australian Catle Dog, Rottweiler, Collie de pelo longo, Welsh Terrier, Whipet, American Stafordshire, Bulldogs Iinglês e Francês.
"Mostro as raças que posso fazer um bom trabalho de trimming e grooming no meu entendimento. Contudo, como sou um profissional, aceito os desafios e estou pronto para mostrar qualquer outra raça antes nunca mostrada", afirma ele, que explica que sua formação foi amparada na própria experiência.
"Nunca fiz um curso teórico ou prático com instrutor com algum handler. Parto do princípio de que, quando se tem interesse, há pesquisa, informações práticas para ir se aperfeiçoando. Sou formado em Direito e em Engenharia Agrônoma, e sempre optei mais pela pesquisa para melhorar meu aprendizado", diz, complementando que, na formação, não há segredo. "É pesquisar e praticar sempre, dentro da legalidade que as regras da disputa nos impõe. Daí o resto vai do talento e da vontade de cada um", aconselha.
Pablo Henrique mostrará Golden Retriever, entre outros cães, nas provas do domingo
Outro handler que faz história na cinofilia cearense é Pablo Henrique. Ele iniciou na atividade quando tinha 16 anos, por incentivo do irmão, Mauro Studart, que também é handler. No início, só mostrava os próprios cães da raça American Staffordshire. Daí, foi "tomando gosto" pelas exposições e logo apareceram cães de outras raças para apresentar. "Trabalhei com alguns handlers no início, para me aperfeiçoar. Acho que o melhor curso se chama interesse por aprender mais, sempre procurei aprender com quem está há mais tempo na profissão, escutando os mais antigos", revela.
Na sua avaliação, um bom handler é aquele que conhece o animal, sabendo enaltecer as qualidades do cão, estudando os padrões das raças que está apresentando. "O bom profissional está em sintonia com o cão e sabe todos os limites de cada exemplar apresentado".
Pensando da mesma forma, Wladyr Uchoa diz que um bom profissional da área é, antes de tudo, um apaixonado por cães. "Além disso, é aquele que busque conhecer os padrões das raças que deseja trabalhar e as técnicas para desenvolver um bom trabalho com essas raças. Ele deve saber como lidar também com os proprietários, deixando tudo muito claro e tirando todas as dúvidas que possam surgir, passando segurança".
O presidente do KCEC, Roberto Bezerra, reconhece a importância do handler nas exposições. "Avalio positivamente, pelo espírito de cooperação com o KCEC, não apenas nas exposições, mas também contribuindo com a nossa criação de cães de raça pura e, principalmente, pelo trabalho deles na preparação e apresentação dos cães. A vitória de um cão numa exposição depende inicialmente das características do próprio animal e complementarmente do handler, na habilidade em ressaltar o que é positivo no cão, como também no domínio do espaço físico do ringue de apresentação".
VALÉRIA FEITOSA
EDITORA
Mais informações
Exposições do KCEC
Domingo, a partir das 9h, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza
Entrada gratuita
Telefones: 3265.5040/ 3265.1533
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