Cidades cearenses voltam a apresentar risco de baixa umidade do ar, aponta Inmet

Morada Nova registrou a menor taxa do Ceará, como 21%. O alerta do órgão aponta ainda outros 70 municípios com perigo por baixa umidade

Escrito por Honório Barbosa , regiao@svm.com.br
Legenda: Moradores de Iguatu, onde a umidade do ar na semana passada chegou a 14%, se protegem do calor com uso de guarda-chuva
Foto: Honório Barbosa

Um total de 71 cidades do interior cearense das regiões Centro-Sul, Inhamuns, Sertão Central e Cariri, está classificada como área de perigo por apresentar baixa umidade relativa do ar, segundo aponta aviso emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O alerta foi emitido ao meio-dia desta segunda-feira (12) e prossegue até as 20 horas. Estudo do Inmet indica, no entanto, que o quadro de baixa umidade relativa do ar no Estado, de um modo geral, deve perdurar por mais cinco dias, até o próximo dia 17.

Morada Nova tem previsão de apresentar a menor taxa de umidade relativa do ar (21%), Barbalha e Crateús (27%), seguida de Sobral (28%), Jaguaruana (29%), Tianguá (38%) e Fortaleza (48%). Já a Capital deve apresentar a máxima umidade relativa do ar (53%), seguida de Tianguá (43%), Sobral (36), Barbalha e Crateús (35%) e Jaguaruana (32%).

O meteorologista do Inmet, Flaviano Fernandes, observou que a situação mais preocupante é com o interior cearense que registra com regularidade as menores taxas de umidade relativa do ar por causa da distância de áreas úmidas, como o litoral. “Na semana anterior, o cenário já foi pior, com Iguatu registrando 14%”.

Neste cenário, a Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica como alerta, já que, entre os possíveis impactos, estão o ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz. Segundo a OMS, quando o índice de umidade relativa do ar ficar abaixo dos 30%, o quadro já é considerado preocupante, pois o nível ideal vai de 60 a 80%.

A gerente de meteorologia da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Meire Sakamoto, explica que “a distância das cidades em relação ao oceano também contribui para os baixos índices de umidade relativa do ar”. Há outros fatores, segundo Sakamoto: “Os ventos mais fortes ajudam a aumentar a evapotranspiração da vegetação, já castigada pelo solo seco e a falta de chuvas”.

Já na faixa litorânea, a umidade proveniente da evaporação da água do mar favorece a região, com umidade relativa do ar bem mais elevada em comparação com o sertão mais distante. “Essa porção do Estado não apresenta tempo seco como aquele no interior”, complementa Sakamoto.

 

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