Alerta: 60 cidades cearenses apresentam 'perigo' por baixa umidade, aponta Inmet

Outros 78 municípios também apresentam "potencial perigo". Fenômeno pode causar problemas de saúde e aumentar os riscos de incêndios florestais

Escrito por Antonio Rodrigues , regiao@svm.com.br

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu, nesta terça-feira (13), um novo alerta de “perigo” por baixa umidade em 60 municípios cearenses, nas regiões Sul, Centro-Sul e Sertão dos Inhamuns. Isso acontece quando a umidade relativa do ar varia entre 12% a 20%, ocasionando um risco maior de incêndios florestais e danos para a saúde humana. O boletim é válido até às 20h de hoje.  

Além destas 60 cidades, outros 78 municípios estão classificados com “potencial perigo”, quando a umidade relativa do ar varia entre 20% a 30%, trazendo danos menores, mas ainda perigosos à saúde humana. Neste caso, as regiões afetadas são o Sertão Central e Inhamuns, o Vale do Jaguaribe, Norte e Noroeste cearense. 

Monitoramento

Nesta segunda-feira, a partir das oito estações meteorológicas do Instituto instaladas no Ceará, Iguatu apresentou a situação mais preocupante, com umidade relativa do ar chegando a 13%. Também abaixo de 30% estão: Morada Nova (19%), Crateús (25%), Barbalha (26%), Sobral (26%) e Jaguaruana (27%). A situação é mais confortável em Tianguá (38%) e Fortaleza (46%).  

A gerente de meteorologia da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Meiry Sakamoto, aponta que o interior do Estado, especialmente na região Centro-Sul, onde está Iguatu, é a área onde a umidade relativa do ar costuma apresentar índices mais baixos nessa época do ano.  

“Encerrada a estação chuvosa, se tornam comuns os dias com céu claro, com poucas nuvens, assim, a temperatura máxima, que é aquela registrada por volta das 14 horas, tende a ser ligeiramente mais alta e, nesses períodos de alta temperatura, a umidade relativa do ar, ao contrário, pode cair a níveis preocupantes do ponto de vista de saúde”, observa Sakamoto.   

Outros fatores que contribuem para a taxa de umidade relativa do ar ser mais preocupante no interior é a continentalidade, ou seja, a distância do oceano. Além disso, os ventos mais fortes ajudam a aumentar a evapotranspiração da vegetação, já castigada pelo solo seco e a falta de chuvas, explica a meteorologista.    

Já no litoral cearense, a umidade proveniente da evaporação da água do mar, que é transportada ao continente pelos ventos, torna este fenômeno menos agravante. “A princípio, as pessoas não precisam se preocupar tanto com esses índices nessa região”, completa a meteorologista.  

Cuidados

A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica como alerta, já que, entre os possíveis impactos, estão o ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz. Segundo a OMS, quando o índice de umidade relativa do ar ficar abaixo dos 30%, o quadro já é considerado preocupante, pois o nível ideal vai de 60 a 80%. 

Num cenário como este, o alergologista e imunologista de Juazeiro do Norte, Cícero Inácio, recomenda o consumo de líquidos “principalmente água”, enfatiza, e evitar exposição em horários mais quentes, das 10h às 16h, usar hidrante para a pele e, se possível, de algum tipo de umidificador de ambiente. 

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