Sob comando de Augusto Aras, MPF reduz número de investigações de corrupção
No ano passado, o MPF instaurou 241 investigações por crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e contra a Lei de Licitações
O número de investigações próprias ou contra o presidente da República caiu durante o comando de Augusto Aras no Ministério Público Federal (MPF). Entre 2016 e 2019, o órgão instaurou, em média, cerca de 500 investigações. Entre 2020 e 2021, sob liderança do atual procurador-geral da República, esse índice caiu para 220.
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No ano passado, o MPF instaurou 241 investigações por crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e contra a Lei de Licitações. No ano anterior, foram instalados 200 PICS – como são chamadas essas apurações. Os dados foram obtidos pelo jornal Folha de São Paulo, que apontou ainda a quantidade de investigações significativamente maior nos anos anteriores.
Segundo informações repassadas à reportagem pelo Conselho Nacional do Ministério Público, órgão responsável pela regulação e fiscalização das atividades dos Ministérios Públicos, foram abertos 366 (2019), 510 (2018), 564 (2017) e 577 (2016) novos procedimentos.
Controvérsias
Desde sua escolha pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que à época desconsiderou a tradicional lista tríplice sugerida pelos integrantes do MPF, Aras é alvo de críticas e controvérsias.
Já no cargo, o procurador-geral foi provocado mais de cem vezes a investigar a conduta do presidente Jair Bolsonaro, inclusive durante a pandemia e por supostas denúncias de interferência da Política Federal. Aras, no entanto, pediu arquivamento da grande maioria das acusações.
Em resposta à Folha, por meio de sua assessoria, Aras afirmou que não interfere na instauração de PICs na primeira e segunda instâncias da Justiça. Ele também reafirmou que os integrantes do MPF têm independência funcional. Se houve redução, frisou ele, compete a essas instâncias explicar.