Prefeito cassado de Pacajus se pronuncia após perda de mandato: 'não fiz nada de errado'
Vereadores cassaram o então gestor e o vice por nepotismo
O prefeito cassado de Pacajus, Bruno Figueiredo (PDT), disse, na tarde desta quinta-feira (21), que "não fez nada de errado" e que "o processo político" da cassação foi "malvado". Pela manhã, a Câmara Municipal cassou, por 10 votos a 0, os mandatos do então gestor e do vice-prefeito, Francisco Fagner (União), por nepotismo.
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Uma sobrinha e a nora do prefeito foram nomeadas para cargos na gestão. Além delas, duas irmãs e um irmão do vice-prefeito também foram contratados pela Prefeitura. No pronunciamento, o ex-gestor alegou que a nora já fazia parte do quadro da prefeitura antes de se relacionar com o filho dele e que a sobrinha é médica e de Pacajus, quadro "que mais a gente procura".
"Estou saindo de cabeça erguida, não fiz nada de errado, fiz tudo dentro da legalidade, tenho como provar isso e vou recorrer na Justiça até as últimas instâncias, mas sabendo também que o processo político é cruel — não comigo, mas com a população que vai sofrer. Quem me colocou no Governo foi a população, 21.426 pessoas votaram em mim, agradeço demais essa oportunidade dada por essas pessoas, dada por Deus. E, de repente, a vontade dessas pessoas deixa de prevalecer por conta de um processo político malvado, que nós somos vítimas hoje"
Durante o discurso, ele ainda desejou sorte ao novo gestor e disse que espera que "as pessoas possam entender que precisam votar em vereadores comprometidos" com a cidade.
"Teve gestores muito piores do que eu, fazendo coisas muito piores do que eu, e não foram cassados pela Câmara. Hoje, eu estou sendo cassado por uma denúncia que não diz nada que eu tirei alguma coisa da Prefeitura, eu não dei nenhum prejuízo à Prefeitura. (...) A cassação é porque eu contratei a minha nora, não contratei minha esposa, minha mãe, meus irmãos, primos, nada. Contratei uma nora, que já trabalhava na Prefeitura antes de se relacionar com o meu filho, e contratei uma sobrinha, que é médica — que é o que mais a gente procura é médico", declarou.
Prefeito interino
Logo após a cassação, os vereadores empossaram o então presidente da Câmara, vereador Tó da Guiomar (União), como prefeito interino do município enquanto o Parlamento não realiza uma eleição indireta para um mandato-tampão. Na ocasião, o interino disse que não vai fazer mudanças "drásticas" na gestão e que funcionários serão mantidos.
Como faltam menos de dois anos para a eleição municipal, a Câmara é quem vai escolher o prefeito para dar continuidade à gestão até o fim do mandato, ou seja, para um mandato-tampão. Os vereadores devem realizar uma eleição indireta em 30 dias.