Legislativo Judiciário Executivo

MPCE pede anulação de eleição de presidente da Câmara em Juazeiro alegando irregularidades

Capitão Vieira (PTB) foi eleito após morte da vereadora Yannny Brena (PL)

Escrito por Felipe Azevedo ,
Capitão Vieira (PTB)
Legenda: Capitão Vieira (PTB) foi eleito presidente da Câmara de Juazeiro do Norte
Foto: Facebook/Câmara de Juazeiro do Norte

Após vereadores de Juazeiro do Norte tentarem derrubar o presidente da Câmara Municipal alegando irregularidades na recente eleição da Casa, o Ministério Público do Ceará (MPCE) rcomendou à Justiça que o resultado da votação seja anulado e, com isso, Capitão Vieira (PTB) deixe o cargo para a realização de uma nova eleição.

O pedido foi uma iniciativa de parlamentares que dizem prejudicados pelo modo como o trâmite foi feito ainda em março. Cabe, no entanto, à Justiça decidir ou não pela anulação. A Câmara de Juazeiro foi procurada, mas não respoondeu até a publicação da matéria.

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A principal queixa do grupo de vereadores que protocolou o pedido é de que o então presidente interino da Câmara, Raimundo Júnior, não observou prazos e não comunicou aos vereadores sobre a dia e hora da eleição.

A escolha para um novo presidente precisou ser feito após a morte da vereadora Yanny Brena (PL), que presidia a Casa. Ela foi vítima de feminicídio no dia 3 de março. 

Os parlamentares entraram com um recurso ao Plenário, dispositivo regimental previsto para contestar decisões tomadas pela presidência. A justificativa é de que não houve "transparência e publicidade" da eleição para todos os vereadores, e que por isso a votação estaria prejudicada. 

O que diz o MPCE

Um parecer ministerial assinado pelo promotor Francisco das Chagas da Silva, no dia 10 de abril, reconhece as irregularidades apontadas pelos parlamentares e recomenda que a justiça anule o resultado da votação. Esse movimento acarretaria em novas eleições. 

"Na forma como ocorreu o procedimento da eleição, constata-se que a regra regimental relativa à necessidade de designação de data e hora para realização da eleição, bem como a previsão do prazo de até 72 horas, antes da realização da eleição [...], não foram observadas, incorrendo não só em violação ao Regimento Interno", diz o MP. 

O MP pede então que a justiça suspenda os efeitos do ato administrativo que elegeu o vereador Capitão Vieira. 

Relembre o caso 

Quem conduziu a eleição foi o então vice-presidente da Casa, vereador Raimundo Júnior. Por 12 votos e com chapa única, os vereadores elegeram Capitão Vieira como sucessor de Yanny Brena.

Mesmo tendo chapa única, a votação ainda dividiu a Câmara. Isso aconteceu porque, ao longo da semana, o grupo da base do prefeito Glêdson Bezerra (Podemos) articulou lançar outra chapa.

Após as negociações, o nome escolhido foi o do subtenente Edinaldo Moura (PL), suplente de Yanny, que à época era diretor do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran) de Juazeiro do Norte.

Contudo, o político não compareceu à posse e enviou pedido para assumir a função no Legislativo após 15 dias da vacância. Ele argumentou que precisaria fazer a transição para o novo diretor do Demutran.

 

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