Lula é capa da revista Time desta semana
Na entrevista, petista alfinetou Bolsonaro e comentou sobre a Guerra na Ucrânia
A revista americana "Time" divulgou nesta quarta-feira (4) a capa da edição do próximo dia 23 de maio que terá o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como entrevistado. O petista criticou o opositor Jair Bolsonaro, disse ter a política no sangue e ainda considerou que o presidente da Ucrânia "quis a guerra".
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O título da publicação que estampa a imagem do presidenciável é "O segundo ato de Lula". Já no subtítulo, o periódico escreveu: "O líder mais popular do Brasil busca retornar à Presidência".
Segundo a "Time", Lula deixou o poder como o presidente mais popular da história recente do país e lembra a reviravolta na trajetória política dele causada pela condenação e prisão na Operação Lava Jato.
No entanto, a revista ressalta a soltura do ex-presidente após o Supremo Tribunal Federal (STF) considerar que ele foi julgado de forma "enviesada".
"A política está em cada célula minha, a política está no meu sangue, está na minha cabeça. Porque o problema não é a política simplesmente, o problema é a causa que te leva à política".
Lula, que irá disputar as eleições neste ano pelo PT, alfinetou o seu principal opositor. O petista afirmou que Bolsonaro estimula o racismo no Brasil.
"Não diria que ele tem culpa pelo racismo porque o racismo é crônico no Brasil. O Bolsonaro despertou o ódio, despertou o preconceito", disse.
Zelensky 'quis a guerra'
Ainda na entrevista à Time, Lula avaliou que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, "quis a guerra" com a Rússia. O conflito entre os dois países foi iniciado em fevereiro e milhares de pessoas já morreram.
"Ele (Zelensky) quis a guerra. Se ele (não) quisesse a guerra, ele teria negociado um pouco mais. É assim. Eu fiz uma crítica ao Putin quando estava na Cidade do México, dizendo que foi errado invadir. Mas eu acho que ninguém está procurando contribuir para ter paz. As pessoas estão estimulando o ódio contra o Putin".
Lula deu essa resposta ao ser questionado sobre o que faria para se relacionar com os chefes de Estado a partir de 2023, se eleito. Para o ex-presidente, Zelensky tem um "comportamento um pouco esquisito, porque parece que ele faz parte de um espetáculo".
"Ele aparece na televisão de manhã, de tarde, de noite, aparece no parlamento inglês, no parlamento alemão, no parlamento francês como se estivesse fazendo uma campanha. Era preciso que ele estivesse mais preocupado com a mesa de negociação", ponderou Lula.